quarta-feira, 21 de abril de 2010

Oh!!!

A sombra e a alma


Houve uma sombra, que decidiu assombrar a uma alma.
E a alma a enxotava. E lhe rugia.
Mas a sombra não desistia. Porque houve um tempo
Que a sombra não fora penumbra.
E nem sombra.
E ela se achegou a alma
E a amou
Mas a alma a desprezou.
Porque a alma que se imaginava viva
Tinha a sombra de pouco valor.
Até usou a sombra
E até deixou que ela
Se imaginasse amada.
Mas era só ilusão.
Porque a alma só amava a si própria.
Mas a sombra era impertinente.
E mesmo sentindo desprezada
Não desistia da alma
Pelo tanto que lhe amou.
Porque bem sabia a sombra
Que a alma era vazia
Que a alma era uma sombra.
E que ela sombra
Ainda que sombra
é que tinha alma.
A sombra usou todos seus recursos.
Então a alma num capricho
Se afastou da sombra tola
Que só enxergava a alma.
E a sombra ficou enferma
E a sombra quis esquecer.
mas a sua natureza teimosa
Era maior que a sua vontade.

E a sombra subiu as alturas
E passou das estrelas
E sem medo dos anjos
Mergulhou na própria luz.

E a luz que desfaz toda sombra
A abraçou
E a sombra já não era mais sombra
Em meio a luz
Era só voz.
E diante da luz verdadeira
Rogou pela alma que amava
Que a desprezou.


E a luz que tudo ilumina
A ouviu.


E a alma que andava em trevas
Viu uma grande luz.
E a alma que era uma sombra
Iluminada assim
Se desnudou
E viu que era uma sombra
Que se imaginava ser alma
E nada mais
E a sombra que se imaginava alma
Chorou
Sentindo saudade da sombra
Que um dia
Tanto lhe amou



E a alma subiu as alturas
E passou das estrelas
E sem medo dos anjos
Mergulhou na própria luz.


E a luz que compõe toda alma
A abraçou
E a alma já não era mais alma
Em meio a luz
Era só voz.
E diante da luz verdadeira
Rogou pela sombra que a amava
Que ela desprezou.



E a luz que tudo ilumina
A ouviu.
Também...


























terça-feira, 20 de abril de 2010

Ensinando a orar - Curso de fé básico para o espirita

Ele caiu umas sete vezes antes de conseguir se ajoelhar definitivamente.
E lá de longe se ouviam as lamúrias, as ofensas e a continua gritaria
Ele desceu os montes apedrejado, ele correu por vielas envergonhado.
E seu crime era entender como crime
Qualquer coisa que se assemelhasse ao destino.
Deixou de lado os escrupulos religiosos
E as leis da ciencia.
Foi tão traído por gente tão próxima,
Que não sabia mais qual era a direção
As pedras e os cortes não causavam tanto incomodo
Quanto a dor que habitava
As distancias em seu coração.
Ai ele parou. Cansado.
E se ajoelhou.
Depois da sétima vez.
Que caiu.

Então ergueu sua voz.
Tremula, mas corajosa.

E assim  falou:

Tudo que meu espírito contempla
Haverá de passar.
E tudo que minha alma imagina
Um dia, também
Haverá de passar.

Não a limite definido
Que permaneça eternamente.
As dimensões hoje separadas
Um dia se unirão.

Mas enquanto vivo,
Enquanto amo
Enquanto creio
Enquanto voz

Aquele que é a fonte
De todo espírito humano
Aquele que e o primeiro
E a razão de tudo o mais

Ouça.

Ouve tu,
Cujos caminhos são eternos
Que permanece mesmo após,
Tudo que há, tiver que passar.

Ouve tu,

Muda meu destino.
Minha sorte e meu caminho
Transforma corações
Derrama amor em gente
Que hoje vive em escuridão
Concede sentimento a quem
Não sabe sentir.
Opera milagrosamente
Subverte as leis da eternidade
Muda a equação da vida
Destrói a morte.
Destrói o caminho
Que leva a desgraça
E faz da desgraça
Uma mera lembrança

Trás pra perto de mim
Quem tanto amei
E segura com tua mão
As trevas, a sombra e a escuridão
Ressuscita os mortos

E destrói a morte
Pra sempre.
Que a lei que hoje diz
Pra todo homem morrer
Cesse

Ouve minha voz.
E subverte o tempo
O medo,
E tomar minha dor
Toda a dor
E transforma
Em alegria.


Então ele se levantou.
Sacudiu de si o pó.
Limpou o suor do rosto.
E correu.

Sorrindo...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O que foi aquilo

O que foi aquilo?

Bom, depois do filho de 4 anos da Bárbara dizer que eu era parecido com o Jef Goldblun... tudo é possível aquele que crê...



O significado da morte e da ressurreição de Cristo



Aquilo chamado cruz é basicamente um ato de insanidade. Loucura em ultimo grau. Vou dizer o que está por detrás do conceito e os riscos abraçados por aquele que realizou a loucura. A cruz é um absurdo. E nós o objeto desse absurdo
 



Antes de nós, antes dos anjos, havia Deus. Desde sempre. Desde antes do antes. Nem havia nascido o tempo ainda.


E quando o universo saiu dele, veio junto com suas leis. E seus sonhos.




 E sua sabedoria. Ele pensou e agiu, e mediu, e calculou e fez o que só ele podia fazer.



 Tudo.





 Mas o tudo depende dele. O universo está ligado a Ele. Ainda.

Propôs também a vida. E a vida em toda sua extensão herdou dele algumas características. Cheia de mistério, multiforme, beleza intensa, complexidades inenarráveis, variada, indefinível.




Defina vida - Nem tente.
E Deus amou a vida. Criou seres maravilhosos, 




e lhe deu características celestiais. Chamou-os de anjos. (Não a Emma Roberts não é um anjo, é só ilustração de “seres maravilhosos”)

Com um tipo de vida e existência tão sublime que até imaginar o que são capazes nos é difícil.



E criou o homem. Ai começou a loucura. Esse tal de ser humano herdou algo maior do que os anjos herdaram, uma semelhança inigualável com Deus e um paradoxo.

Fragilidade. Mortalidade. Fraqueza.





Um coração, sangue, músculos, num universo com energia suficiente para transformá-lo em nada, zilhões de vezes.



Mas a essa criatura facilmente destrutível, Deus resolveu amar de  modo único. Porque nele Deus colocou sua própria essência. Sua própria imagem, parte daquilo que ele é. Seu sopro.




E por assim ter sido feito, Deus os ama mais que a toda vida. Em toda a sua multiforme extensão.

Algo aconteceu no passado que quebrou o elo entre Deus e o sopro que doou. Tornando o homem finito. Os túmulos ao redor do mundo repetem pra nós esse adágio todos os dias.   O homem finda. Termina.



Mas Deus não. Ele é ETERNO.
Como resolver esse dilema?
Um sujeito que vive para sempre enamorado de alguém, que nasce hoje e morre amanhã?




A primeira solução, é deixar de ser Deus, tornar-se como nós e amar-nos enquanto vivermos e depois morrer junto conosco.




Mas se isso ocorre, de modo definitivo, quando Deus morresse, junto dele, morreria tudo.




O problema é que o amor, e DEUS é em essência amor, não existe para morrer e nem para cessar. 





Cada despedida nos relembra isso. Cada separação, cada perda. O amor faz com desejemos estar com alguém para sempre. O amor é parecido com Deus. Necessita da eternidade.






A primeira dificuldade é que Deus possui algumas circunstancias limitadoras. Sim, Deus não pode tudo.
Ele é IMORTAL. Não pode morrer.


Faz parte dele essa essência, não pode simplesmente abandonar o que é, mesmo porque NADA DO QUE FOI CRIADO possui tal poder.

Esse, de matá-lo...
Não que não tenham tentado... pois é...

Tem uma segunda opção. Deus tornar o homem imortal.




Porém, também não é tão simples assim.
Algo faz o homem morrer. E esse algo é denominado PECADO.
O pecado é um princípio, que atingiu o universo, as relações espirituais e que também atinge o ser humano, contaminando suas ações, seus desejos, suas atitudes. Um poder espiritual que opera em nós.





E o pecado no homem faz com que o amor divino não possa abraçá-lo de modo completo. E o pecado separa o sopro daquele que um dia o respirou no homem.




 
EM DEUS não habita o pecado. Faz parte de sua essência.
O pecado não pode atingi-lo, habitar nele, fazer parte dele.
A IMORTALIDADE, por sua vez não habita na vida que Deus criou.
Nem no universo.





Habita nele. Só nele.



Para tornar o homem imortal, necessita DOAR parte dessa sua essência para o homem





Porque o sopro que um dia deu ao homem retorna a Deus, quando o homem dá seu ultimo suspiro. É necessário unir o homem a essa respiração divina.
E para que esse sopro permaneça, essa essência tem que ser novamente SOPRADA em seu coração.


Para isso DEUS tem que se UNIR ao homem. TEM que habitar no espírito humano. E o homem, tem que se unir a DEUS.







Mas se o homem em pecado tentar fazer isso, se destrói.





 
Porque o tipo de VIDA que habita DEUS não dá condições à existência do pecado. E o homem, por razões sejam qual for, está contaminado por esse poder de tal modo, que seu interior, seu íntimo, sua consciência, sua essência, ao TOCAR a DEUS, se desfaria. 




E o corpo humano não suporta a plenitude de Deus. Não suporta esse contato permanente, porque está se desfazendo na medida em que os anos passam, querendo voltar a ser pó, querendo voltar a ser parte da terra, do universo da matéria, de onde um dia foi tirado




 

Temos de um lado, DEUS que é IMORTAL desejando conceder VIDA para ter COMUNHÃO com o homem. Do outro lado o homem pecador, que não poderia sem destruição de seu espírito, ter contato com tal essência: A VIDA que habita DEUS. 








O amor fará então uma coisa surpreendente.





Não disposto a perder aquilo que ama, ele se revoltará contra a morte, contra as leis que regem o universo, contra o destino estampado em cada lápide.
 




Mas Deus não poderia com um único gesto, despedaçar a morte, desfazer o pecado, destruir a maldade 




 
Não.

Porque o universo segue leis espirituais eternas que emanam dele mesmo.
E Deus não pode contrariar a si mesmo. Porque ele não pode rejeitar
Ou anular a si mesmo, ou as leis que sustentam os anjos, a eternidade, o mundo e o amanhã.
Porque ele é parte dessas leis. 





Existe uma lei da vida que todos nós conhecemos.
Nascer, crescer, e morrer.
Ninguém entra neste universo a não ser pelo nascimento. Ninguém nele permanece a não ser vivo. E nenhum de nós viverá sem jamais morrer. Nascimento, vida e morte. 
 



 
Para mudar a existência, Deus terá que participar desse ciclo. Porque o universo só pode ser mudado, pelo lado de dentro. E para isso, Ele terá que entrar, se fazendo carne e habitando entre nós.

Por algum motivo que não entendo a chave para mudar todas as coisas está escondida dentro de nós. Dentro dos corações humanos. Dentro da alma humana. 





Existe uma segunda lei da eternidade. Tudo que Deus é e tudo que ele possui pode ser alcançado através uma porta. Há uma chave que une os céus a terra, o visível ao invisível, os anjos a nós. E só ela pode abrir a barreira entre as dimensões. Só ela pode abrir o portal que nos separa de Deus. Atravessada essa porta, acessada essa chave, o universo pode ser mudado de dentro para fora.


Esse princípio é chamado de fé.

Mateus 15

22 E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada.
23 Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós.
24 E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
25 Então, chegou ela e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me.
26 Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar o pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.
27 E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.
28 Então, respondeu Jesus e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé. Seja isso feito para contigo, como tu desejas. E, desde aquela hora, a sua filha ficou sã.



Então Deus realiza seu ato de loucura. Através da fé, operará o milagre da transformação humana. Entrará no universo, e ensinará o homem a CRER. Pela fé destruirá o pecado no homem. Pela fé derramará seu Amor. Pela fé derramará de sua Vida, e pela fé dará um jeito na morte.    





Então a loucura será realizada desse modo. Deus separará sua VIDA de si mesmo. Ela habitará um CORPO HUMANO. E ela será derramada a todo homem, pelo ROMPIMENTO desse corpo. Pela morte desse homem, que levou dentro de si a ESSENCIA de DEUS, a vida poderá alcançar todo homem. 





 
Para isso bastaria tranpor as dimensões, deixar de lado o poder inacessível, operar o impossível de limitar-se a condição humana, unindo-se ao homem de modo permanente e eterno, espiritual e fisicamente. Desde que pudesse separar sua alma de seu espírito, seu coração de sua mente, desde que pudesse dividir-se a si mesmo, sem perder sua onipotência.

Absolutamente simples.


O sofrimento que adveio dessa loucura é fruto da inimizade humana. Fruto da loucura humana. Para levar até o fim o desejo de unir-se ao homem, Deus teria que enfrentar a maldade e o pecado do homem.






A cruz significa até onde ele estava disposto a ir, para reconciliar consigo a sua criação.



Ele provaria da morte.

Mas a morte provaria dele.

O amor divino não pode ser morto. A morte não pode destruir essa essência. O amor humano termina junto conosco. Os mortos não amam mais. O corpo no qual parte de Deus habitou podia ser destruído.

Mas  
não  
aquilo       
que  
nele
habitava.






A morte foi, numa alegoria, enganada.
O mistério da cruz é que a morte se encontrou com a vida.
 




A morte faz parte da ordem deste universo. Faz parte da essência das coisas daqui.
Mas não das coisas de lá. Do lugar que existe antes de haver o tudo. Antes do início e Antes do antes.

E se a morte ousasse tocar a DEUS?
Foi o que aconteceu.
Na cruz bilhões de anjos contemplaram a morte ao menos de uma das dimensões de Deus. Cristo representava DEUS, levava consigo de modo REAL sua ESSENCIA.
E ele, Cristo, obedeceu as leis que emanam do PAI, nasceu, cresceu, morreu e amou, amou tão intensamente que viveu sem pecado do inicio ao fim de sua existência.

E o que aconteceria se um homem sem pecado morresse? Se uma lei deste universo em pecado se confrontasse com outra lei, muito maior e anterior mesmo a existência da morte?

Se um homem pudesse do lado de dentro, conectar a humanidade a fonte da Vida, se um homem cumprisse todas a lei divina, todo desejo de Deus, e tivesse a fé capaz de transportar os montes, possuindo dentro de si mesmo o poder de tornar a ser um dia tudo que foi antes de ser um homem?

Quando essas realidades se encontrassem, o que aconteceria no universo?


Vitória do homem contra a morte.




Resultado: Morte vencida.

E não só isso.
A todos quanto o receberem deu-lhes o poder de se tornarem tal qual ele é.
Junto da ressurreição, concedeu algo.
 




Poder para vencer o que o homem sozinho não poderia fazê-lo. Poder para vencer o pecado. O mesmo que opera os túmulos. O mesmo que provoca a morte.
 

O que foi aquilo?



Isso.

Só isso.



Welington J Ferreira

01/04/2010