terça-feira, 23 de outubro de 2007

Pentecostes - Como é festejado atualmente

O ABC de Shavout
Rabino Shraga Simmons
Um dos dias mais sagrados do ano judaico é também um dos menos conhecidos. Do que realmente se trata Shavuot?
É irônico saber que Shavuot seja um feriado tão pouco conhecido. Porque de fato, Shavuot celebra o único evento importante da história Judaica: a entrega da Torá no Monte Sinai.
Shavuot é a culminação das sete longas semanas da "contagem do Omer" que acontece depois de Pessach. O simples nome "Shavuot" quer dizer "semanas," em reconhecimento às semanas anteriores que prepararam o caminho para a experiência no Sinai. (Já que Shavuot ocorre 50 dias depois do primeiro dia de Páscoa, é às vezes conhecida como "Pentecostes," uma palavra grega que significa "o feriado de 50 dias”).
3,300 anos atrás, depois de deixar o Egito na noite de Pessach, os judeus viajaram no deserto de Sinai. Lá, toda a nação judaica, ou seja, 3 milhões de homens, mulheres e crianças, experimentaram diretamente a revelação divina:
E vos falou o Eterno no meio do fogo; som de palavras vós ouvistes, porém imagem alguma não vistes, tão somente uma voz. E vos anunciou a Sua aliança, que vos ordenou que a guardásseis, os dez pronunciamentos; e escreveu-os sobre duas tábuas de pedras. (Deuteronômio 4:12-13)
A entrega da Torá foi um evento de incríveis proporções que indelevelmente estamparam a nação judaica com um caráter, fé e destino singular. E nos 3,300 anos desde este evento, ideais da Torá como: monoteísmo, justiça, responsabilidade, se tornaram a base moral para a civilização Ocidental.
COMO COMEMORARTalvez a razão para a obscuridade de Shavuot seja porque este feriado não tem nenhum símbolo “óbvio" do dia, isto é, não tem Shofar, Sucá, Chanuká ou Menorá.
Em Shavuot, não há nenhum símbolo para nos distrair do foco central de vida judaica: a Torá. Então como comemoramos Shavuot? É um costume comum ficar acordado a noite inteira estudando Torá. E como a Torá é o caminho para a auto-perfeição,ou seja, para que melhoremos ainda mais, a noite de estudo de Shavuot é chamada Tikun Leil Shavuot, que significa "um ato de auto-aperfeiçoamento na noite de Shavuot."
Na sinagoga, na manhã de Shavuot, lemos o livro Bíblico de Ruth. Ruth era uma moça não-judia cujo amor por D’us e pela Torá a levou a se converter para o Judaísmo. A Torá insinua que as almas dos convertidos também estavam presentes no Sinai, como diz neste trecho: "E não somente convosco eu faço esta aliança e este juramento, mas com aquele que hoje está aqui presente diante do Eterno, nosso D’us, e com aquele que hoje não está aqui conosco”. (Deuteronômio. 29:13-14)
Ruth tem uma grande conexão com Shavuot, pois se tornou o antepassado do Rei David, que nasceu e morreu em Shavuot.
Em Shavuot é costume decorar a sinagoga com galhos e flores. Isto é porque no dia do recebimento da Torá, nasceram flores. A Bíblia também associa Shavuot com a colheita de trigo e frutas, e marca o oferecimento das primeiras frutas ao Templo Sagrado como uma expressão de ação de graças. (veja Êxodo 23:16, 34:22, Números 28:26)
COMIDAS DERIVADAS DE LEITEHá uma tradição judaica universal de que devemos comer comidas de leite em Shavuot. Há várias razões oferecidas por muitos estudiosos, umas mais convincentes do que as outras. Apresentamos aqui uma seleção:
1. O livro Bíblico Cântico dos Cânticos (4:11) se refere ao doce valor nutritivo da Torá dizendo: "Ela goteja de seus lábios, como mel e leite sob sua língua."
2. O verso em Êxodo 23:19 aproxima o feriado de Shavuot com a proibição de misturar carne e leite. Conseqüentemente em Shavuot, comemos refeições separadas, uma de leite e uma de carne.
Ao receber a Torá no Monte Sinai, os judeus ficaram, imediatamente, obrigados a cumprir as leis de Sh 'chitá, o abatimento de animais. Já que não tinham tempo para preparar a carne casher, comeram comidas de leite ao invés da carne.
PEREGRINAÇÃO AO MURO DAS LAMENTAÇÕESEm 1967, a Guerra dos Seis Dias terminou poucos dias antes de Shavuot. Israel recuperou o Muro das Lamentações, e pela primeira vez em 20 anos, os judeus puderam ter acesso ao seu local mais santo. Em Shavuot, o Muro das Lamentações foi aberto para visitas, e naquele memorável dia, mais de 200,000 judeus fizeram a pé, o trajeto até o Muro das lamentações. (Em Jerusalém, nos feriados judaicos, os carros e ônibus não funcionam).
Nos anos seguintes, esta "peregrinação pedestre" se tornou uma tradição que ocorre periodicamente. Logo cedo, na manhã de Shavuot, depois de uma noite cheia de estudos de Torá, as ruas de Jerusalém ficam repletas com dezenas de milhares de judeus que caminham para o Muro das Lamentações.
Esta tradição tem precedência Bíblica. Shavuot é um de três mais importantes festivais de peregrinação do Judaísmo, onde a nação inteira se junta em Jerusalém para celebrar e estudar.

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