sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Um aprendiz de profeta fala sobre o casamento










Os princípios, segundo as ESCRITURAS, que regem o casamento são:

a) pertencerem um ao outro

b) se tornarem um só corpo, com a união da alma e do coração

As Escrituras são revelações de Deus para o homem sobre leis que regem os cosmos, sobre eventos pré-estabelecidos que ocorrerão no tempo, sobre os princípios que unificam a vida, princípios estes soberanos sobre a espiritualidade humana. Por isso sua leitura não é como fazemos de um livro sobre orientações espirituais, ou sobre uma história religiosa. O modo de compreendermos sua mensagem não é semelhante a de nenhum outro tipo de literatura humana. Ela transcende a cultura, asiim como os limites impostos pela razão e possui o caráter de propiciar ao homem um tipo de vida que nem mesmo a experiência humana é capaz de lhe ensinar.

Até a ordem com que Deus irá revelar sua visão sobre a vida nas Escrituras é importante para entendermos o que quer nos dizer. No processo de manifestar ao homem tais princípios espirituais, uma das primeiras coisas a serem ditas a humanidade é sobre o casamento. Conforme o seguinte texto:

“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” Gênesis 2:18

Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2:24

Dentre os princípios expostos, conservando a ordem apresentada, iremos analisar o significado dessa “fusão” nomeada no livro de Gênesis - Em tempo, Genesis, em hebraico significa “No princípio”.

Eu volto no tempo, aos primeiros textos dados a humanidade, textos mais antigos que todas as obras humanas escritas (anteriores as tradições chinesas, hindus, caldéias, semitas, nórdicas, egípcias, etc.)

E no princípio estabelecido no livro dos princípios é que o casamento realiza-se:

Pela vontade humana. “portanto deixará o homem seu pai e sua mãe”

É realidade humana, não animal “portanto deixará o homem” – O homem em Gênesis designa: HUMANIDADE. O texto em gênesis pode ser escrito assim: Portanto deixará a mulher o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à seu homem, e serão ambos uma carne ‘’

É a base da formação da futura família “deixará o homem seu pai e sua mãe

Será ocasionado pelo amor e pela paixão, mistura de sentimentos, desejos, gerando desejo de estarem juntos, de viverem juntos, de até mesmo, dormirem juntos! “ e apegar-se-á” significa um amor que deseja EXCLUSIVIDADE, mais do que isso, que o casal se escolhe, que uma vez feita essa escolha, os dois no meio de tantos outros milhões, irão correr em direção um do outro. Esse é o princípio que é bem verificado na paixão adolescente. A prostituição ou a orgia quando todo mundo é de todo mundo e ninguém é de ninguém é gerado pela quebra desse princípio. O que gera uma sexualidade que não se satisfaz com um só, num dado instante de tempo – é uma distorção do desejo sexual humano causado pelo pecado. Porém, mesmo quem já viveu sua orgia particular, descobriu que não existe prazer libertino sem angústias animais. Passada a crise sexual que gerou a situação, o que resta é o imenso e intenso vazio em virtude de não sermos criados para isso. Nossas almas anseiam o casamento, que é sempre tríplice. Na verdade são os princípios espirituais DIVINOS que norteiam o mais profundo de nossos interiores. Mesmo que nossos corpos almejem, não há concessão espiritual ou psicológica interna que nos torne FELIZES vivendo contra a vontade de DEUS para nossa sexualidade. Tente. Serão de 60 a 120 anos de revolta burra, e no final o que sobrará é só um pedaço destruído de sua humanidade.

O casamento é DOM para a humanidade e que só ocorre entre o HOMEM e a MULHER. Não existirá algo semelhante entre iguais, entre pessoas do mesmo gênero. O casamento não é um RITO, ele não é uma CELEBRAÇÃO. Ele é uma REALIDADE espiritual, psicológica e física que se define pelo homem se unir a sua mulher, ou a mulher se unir a seu homem e tornarem-se um só corpo. Quando um casal homossexual se junta, mesmo que celebrem bodas, mesmo que seja celebrado um rito, mesmo que haja um oficial da igreja celebrando o ritual, mesmo que hajam votos, não acontece um casamento. Porque mesmo que se unam psicologicamente, e mesmo que tenham prazer sexual um com o outro, não podem se tornar “uma só carne” ou um só corpo. Não foram criados com este propósito. E por estarem vivendo em PLENA desobediência ao estabelecidos em princípios espirituais maiores que eles mesmos, se autodestinam a eterna infelicidade.

O casamento só ocorre entre CONSCIENTES. Não ocorre entre quem dorme e quem está acordado, entre o consciente e a pessoa inconsciente. “E deixará o homem seu pai e sua mãe”. Não adianta carregar o filho desacordado em virtude do trauma e colocar ele na cama de sua noiva. Não funciona assim.

O casamento só ocorre entre gente viva. “E deixará o homem seu pai e sua mãe”. O verbo mostra ação, produzida por quem a pode produzir. Mortos não deixam seu pai e sua mãe. Esse “deixar” não é nosso eufemismo para “morrer”. É ato voluntário de sair da casa e da esfera do poder pátrio, transformando-se da condição de filho para condição de conjugue. Por isso não podemos casar com gente morta. Por isso sexo com cadáveres é tão abominável diante de Deus. Porque ele é uma zombaria com o dom do casamento.


A sexualidade humana nos concede o desejo e a vontade de nos unirmos em casamento. Esse desejo ou intensa vontade é tríplice, se manifesta em três dimensões ou áreas complementares. A sexualidade é a vontade do corpo, química, biológica... A paixão que é a vontade da alma, no domínio psicológico, nos pensamentos e o amor humano, que significa a vontade do espírito humano na direção desse bom propósito, da união do homem e da mulher, o que denominamos casamento. O casamento não é o rito, não é a promulgação, não são os votos. Significa a união que torna dois seres como se fossem um só. Escrito em verso e prosa no DNA de nossos corpos, na paixão de nossas almas e no amor em nossos corações.
O pecado interferiu nesse processo, confundindo ou exagerando as nossas paixões, nossos impulsos e desejos sexuais e influenciando DRAMATICAMENTE na questão da FIDELIDADE que é o amor em traje de gala, cuidando para que haja felicidade da pessoa que amamos, forjando laços PERENES, duradouros. O amor deseja permanecer, ele é como segurar fortemente a mão de alguém e estar disposto a soltá-la somente depois da decapitação. No plano de Deus, o homem abraça sua esposa e caminha ajudando-a e amando até sua velhice. Estando DEUS consciente dessa necessidade em virtude da nossa condição humana PASSAGEIRA. Como nós somos efêmeros, mortais, com prazo de validade, em seu coração, propôs Deus um tipo de amor que almejasse intensamente PERMANECER.


O casamento é proposto por Deus no Éden, antes do início da mortalidade humana. Se Adão e Eva jamais tivessem pecado, hoje (se não tivessem sua natureza modificada pelo pecado, que na verdade é um poder que nos reduz a escravos hormonais) teriam milhares de anos de união.


A separação de um casal é um processo maior do que imaginamos. Ele corta três laços DEFINIDOS, o físico, o psicológico e o espiritual, que são as três cordas que criam a UNIDADE denominada: “se tornarão os dois uma só carne”



Essa realidade da existência de pelo menos três dimensões humanas envolvidas no casamento é vista em provérbios: “... O cordão de TRÊS dobras não se quebra com facilidade...”



Uma parábola sobre a força que liga dois corações, duas almas e dois corpos. Essa "fusão" é fruto do ato sexual consciente e voluntário.

A união entre duas pessoas através do CASAMENTO é algo mágico. Magia de Deus. É santo, porque está segundo planos estabelecidos. É PURO, porque a sexualidade humana é DIVINA, é celestial dom de DEUS para seus filhos. E todo DOM de Deus exercido conforme sua VONTADE é PURO.



O que define a realidade da união humana, nós denominamos casamento. Casamento não ocorre no cartório ou na igreja. NA PRIMEIRA VEZ QUE DOIS ENAMORADOS E APAIXONADOS SE ENTREGAM UM AO OUTRO INTEGRALMENTE, MENTAL, ESPIRITUAL E SEXUALMENTE, DIANTE DE DEUS ESTÃO CONSIDERADOS CASADOS.


Seja um indígena da Nova Guiné com sua escolhida, ou uma Patricinha com seu jovem namorado adolescente. Biblicamente, de modo puro, duas pessoas que decidem viver uma com a outra, num voto mútuo de fidelidade, estão CASADAS diante das Escrituras. Poderiam tomar CEIA e tudo mais... Irão ser CURADAS, seus filhos serão ABENÇOADOS e etc.


DEUS não abdica de princípios em nome de doutrinas. O casamento pertence a HUMANIDADE, é instituição para o SER HUMANO, não é ato religioso, não está circunscrito a autoridade SACERDOTAL, CLÉRIGA, APOSTÓLICA ou ECLESIÁSTICA de qualquer modo.


Não é necessário a presença de RABINO, PASTOR, OFICIALIZANTE, PADRE ou qualquer ordenação humana para que a união entre um homem e uma mulher seja reconhecido como LEGAL diante da ETERNIDADE.


Todo o resto são rudimentos e ornamentação cultural, ou cerimonial formal para oficializar diante de parentes, diante das leis, diante do clero, diante da sociedade, o ato que define o casamento SEGUNDO DEUS:



Deixar papai e mamãe e se unir a seu par. Visto isto, doa a quem doer e com as conseqüências que tal pronunciamento gera:


Quando uma pessoa se separa de outra, após ter amado a esta, após ter tido o gozo da sexualidade, estará rompendo de vez ou gradativamente as três cordas.


A psicológica, a da paixão, a física da unidade sexual e a espiritual do amor.


Seja isso com três dias após a festa em que DOIS JOVENS se amaram loucamente, seja isso após TRÊS anos de casamento, após vinte.



Gênesis nomeia tal atitude leviana com relação a união de um homem com uma mulher da seguinte modo:


“casavam-se e DAVAM-SE em casamento” Um pouco antes do dilúvio.

Seja por motivos fúteis, por escolhas ou pelo que mais vier acontecer. O adultério é rompimento dessa união. Ele rompe a unidade física que ocorreu quando o homem se tornou carne com sua primeira esposa. Mas ele mostra antes o rompimento das outras conexões:


Paixão
Amor.

Porque a pessoa apaixonada não se imagina senão nos braços de seu amor. E a pessoa que ama luta contra as paixões para permanecer segurando a mão de quem abraçou.




JESUS deixa claro que A NÂO SER POR CAUSA DO ADULTÉRIO, um casamento não deve ser desfeito. Porque o adultério JÁ DESFEZ o casamento. O que define o casamento é tornar-se uma só carne, e que m adultera deixou de ser uma só carne. Separou-se de seu conjugue e JUNTOU-SE a outro, tornando-se ‘uma só carne’ com quem cometeu o ato sexual. O casamento é TORNADO NULO, porque o primeiro princípio que o estabeleceu foi QUEBRADO.
Por isso CRISTO não impõe julgo ao marido ou esposo da pessoa da pessoa que adulterou, porque seu conjugue QUEBROU a aliança feita com seu CORPO, e já não tem PARTE com o antigo casamento.

Neste caso, por já não existe o vínculo. Porque o casamento foi rompido pelo adultério. O adultério não é um termo jurídico. Ele significa a união do corpo do esposo ou esposa com outro. Ele significa que alguém com vínculo, em ESTADO DE UNIDADE com certa pessoa, voluntariamente UNIR-SE sexualmente a outra pessoa.

O estupro quebra o casamento, QUE É A UNIDADE DO CASAL, CONTRA A VONTADE DESTE ÚLTIMO. Ele age como um adultério forçado Por isso é tão REPUGNANTE, porque violou a integridade, CONTRA a vontade, de um casamento estabelecido. Por isso o retorno a uma vida sexual sadia entre o casal é tão importante, para RESTABELECER as condições espiritual, psicológica e biológica da relação, tão aviltada.

O adultério liberou a primeira pessoa do princípio que estabelece o casamento. Livre está. Para fazer o que quiser. RECONCILIAR-SE ou tornar a constituir família, permanecendo CASADA. A decisão então, continuará na esfera HUMANA, porque a lei que institui o casamento é “deixar seu pai e sua mãe e se unir a seu conjugue”

Quando por outro motivo qualquer um casal se separa, os dois CONTINUAM INTERLIGADOS PELAS TRÊS LEIS ou por alguma delas, QUE LHES CONSTITUEM NUMA SÓ PESSOA, NUM SÓ CORPO. Seja pela paixão, muitos choram por anos, seja pelo amor, a vontade de jamais soltar a mão de quem ama, seja pelo intenso desejo sexual, que queima no corpo de casais separados que ainda querem sentir o toque do corpo de seu conjugue, mas pelo orgulho ou pelas amarguras de crises imensas, não conseguem co-habitar juntos. Em alguns casos a paixão permanece inalterada, mas a dor das decepções e humilhações inviabiliza o desejo sexual.

O que Jesus afirmou é que se ainda não houve o adultério, que se diante do céu o casal SEPARADO ainda continua CASADO, quando o homem vai de encontro a outra, ou ela para os braços do outro, estarão neste instante ADULTERANDO.

O papel de divórcio, a cerimônia, a separação de corpos, a separação judicial, a oficialização de ritos, declarar algo no diário oficial, nada na verdade INVALIDA um casamento, somente o ADULTÉRIO, porque não é um RITO que o VALIDA, sim a UNIÃO de coração, de alma e sexual que o realiza.
Então, se noivos tem relação, casados estão. Então se adolescentes tem relação, casados estão. Quando os adolescentes se separam, e vivem uma vida sexual com outros, praticam a fornicação – que significa em última instancia – DAR-SE em casamento.

A PROSTITUTA a cada vez que se UNE com um homem, CASA-SE com ele. E ele com ela. A prostituição ROMPE um laço de casamento.

Não existe UNIÂO HUMANA sexual entre um homem e uma mulher que FUJA do primeiro princípio.



Fornicação, prostituição, adultério, divórcio, seja o que for passa pela peneira do princípio “deixará o homem seu pai e sua mãe e torna-se-ão uma só carne”



Toda vez que um homem e uma mulher se unirem estarão VIVENDO a realidade estabelecida em ‘tornar-se uma só carne”

Quando o sujeito volta para sua ESPOSA, estava LIGADO a PROSTITUTA. Ele adulterou com a PROSTITUTA. Ele casou com a prostituta.

PAULO enxergou essa realidade:


I Co 6:13-20 - " ... O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo... Vocês sabem que os seus corpos são membros de Cristo ? Então, tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta ? De modo algum !
Vocês Não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo só com ela ?... Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas, quem peca sexualmente, peca contra o próprio corpo.



UM homem casado que deita-se com uma adolescente, DESFEZ seu casamento no ato sexual. E casou-se com a adolescente.
O polígamo está não está casado com várias mulheres. Ele a cada vez que faz sexo com uma de suas “esposas” na verdade TORNA-SE uma só carne com esta última. E se torna adúltero com relação a última com quem teve relação.


Uma orgia é uma sucessão de adultérios em massa, em que todos se traem mutuamente em um curto espaço de tempo.
O homossexualismo feminino ou masculino não invoca CASAMENTO.
Não há casamento homossexual porque a LEI QUE DEFINE O CASAMENTO É A QUE DIZ ‘DEIXARÁ O HOMEM SEU PAI E SUA MÃE E UNIR-SE-Á A SUA MULHER’. Poderia ser lida: ‘deixará a mulher seu pai e sua mãe e unir-se-á a seu homem’ Só há casamento entre gêneros sexuais distintos, somente é reconhecida como LEGÍTIMA a união entre um homem e uma mulher.

Uma mulher que trocou de sexo e se tornou homem que se casou com um homem que trocou de sexo e virou mulher ao terem relações não estão casados. Porque não há VERDADE nessa história podre. Porque um homem que não é homem não pode se casar com uma mulher que não é mulher. Porque corpos modificados não mudam a sexualidade com a qual fomos CRIADOS. Porque não pertencemos a nós mesmos e não possuímos o direito de escolha sobre nosso passado.


Um homem não se casa com uma ovelha. Não pode substituir um relacionamento real por uma amante virtual. Ou por uma construção de inteligência artificial. Seres humanos não podem se casar com andróides. Faz parte do estabelecido em Gênesis.


Sabendo então essas coisas você pode entender um pouco mais sobre o que TIAGO quis dizer...


Tiago 4:4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?



O conceito de adultério vai inclusive, além da união física:

Mateus 5:28


Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
Por esse critério, poucos seres humanos poderiam deixar de ser chamados de adúlteros. Incluindo todos os casais, todos os noivos, todos os separados, todos os divorciados e TODOS OS CASADOS.

Porque TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÂO DA GLÓRIA DE DEUS. Ro 3:23



Então respondendo:


Pode uma pessoa divorciada tornar a se casar?


Sim.

Em primeiro lugar, divorcio separação, celebração e ritos, como já foi mostrado, não definem o que é estar casado diante de Deus.

Quem viveu sobre o mesmo teto, quem compartilhou de experiências sexuais com outrem, diante das Escrituras é considerado casado.

Tudo se resume a união entre duas pessoas, ou sua desunião, que segundo CRISTO pode acontecer de DOIS MODOS:

a) através do relacionamento sexual com outra pessoa.

b) através do desejo impuro com relação a outra pessoa

Jesus levou a discussão sobre a união entre o homem e a mulher para um nível acima. Ou para uma esfera além da SEXUALIDADE.

Não tenho conhecimento para tratar desse nível tão profundo. Então, HUMANAMENTE FALANDO:

Sim.

DESDE QUE:

Sabendo que se deixar seu conjugue por questão outra que se não o adultério deste último, estará ADULTERANDO contra ele.


Sabendo que se ele cometeu adultério contra você, você possui a ESCOLHA de voltar a se UNIR a ele e quando você o fizer, estará LEGITIMAMENTE casada a ele novamente, ou, tendo em vista que QUEBRADO foi seu primeiro casamento, o direito de iniciar uma nova relação, unindo-se a outro por sua ESCOLHA e com este CONTINUAR CASADA.


Se quiser NO ENTANTO, voltar a seu primeiro esposo, ADULTERARÁ contra seu SEGUNDO par.


Quando você se separou por motivo fútil, ao unir-se ao outro, cometeu o seu PRIMEIRO adultério. Ao retornar para seu próprio marido CASA-SE NOVAMENTE com ele, mas ADULTERA contra o segundo “esposo”.



CASAMENTOS NÂO PODEM SER REFEITOS. ELES SE EXTINGUEM COM O ADULTÉRIO. A unidade dos corpos, alma e coração que o define, iniciada com um ato sexual termina quando você se une a outra pessoa. Tal casamento deixou de existir. Quando um esposo se arrepende e volta para sua esposa, está começando um NOVO CASAMENTO.

Ao dar início a este NOVO, faça direito. É como nascer de novo.


Por isso o perdão é algo tão extraordinário. Por isso a possibilidade de viver um novo patamar de união é tão edificante.

Romper um casamento por culpa de seus próprios atos, produzirá conseqüência espirituais, psicológicas e biológicas. Tanto em você quanto na pessoa da qual você se separou.

O perdão restabelece dentro da alma e do coração as estruturas destruídas. E constrói algumas novas.


Tiago 4:4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?



Entende agora o significado do texto?



Nós vivemos numa cultura e num mundo que por causa do pecado e das paixões humanas, vive em constante patamar de adultério.

Então não existe INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO, PORÉM existe PROPÓSITO DIVINO DE UMA UNIÃO PERMANENTE ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER.


É diante desses fatos que a vida humana deve ser pesada.
Nenhuma denominação, grupo, igreja, interpretação das Escrituras ou apologia é maior do que as verdades expostas nesta carta. Nenhum homem possui o direito de arbitrar sobre a união de um casal. Não possuo como profeta tal autoridade, nenhum apóstolo possui autoridade sobre essa questão além dos princípios expostos pelas Escrituras.


Ninguém possui autoridade para separar ou unir um casal, além deles mesmos, se não estiverem sobre a autoridade paterna. Ninguém pode decretar uma união como inexistente ou impedir que duas pessoas que vivem a realidade de gênesis na revelação dada a Adão, de terem direito ao corpo um do outro.
Não existe casamento manifesto por cerimônias, não existe ato humano que celebre ou de início ou fim a algo que uma LEI espiritual já definiu.


Toda cerimônia ou ato legal somente TESTIFICA algo que IRÁ ocorrer, o casamento que se realizará DE VERDADE quando o casal estiver se amando, ou TESTEMUNHAR o COMPROMISSO de fidelidade já ASSUMIDO diante de muitos, da PROMESSA de serem um do outro, enquanto durarem as estações.
O namoro é uma DECLARAÇÃO de intenções. Ele dá início ao processo. O NOIVADO é a FORMALIZAÇÂO da intenção.
O CASAMENTO é a REALIZAÇÂO.



“Ficar” o termo cunhado para os amassos na parede em noite sem lua regado a funk nos bailes da vida, é a realização instantânea de um casamento de curtíssima duração, que começa no beijo de língua e termina quando se sai da parede.



Esse é o significado espiritual dos textos. É assim que um profeta aprendiz, enxerga tal realidade.



Então, constitua uma família, deixando para trás as coisas que foram destruídas, ou lutando para reconstruir o que você ocasionou a bancarrota. Lembrando dos compromissos assumidos. No caso de um homem que abandonou sua esposa por causa da paixão insana pela outra. Ninguém pode reconstruir sua vida deixando para trás um rastro de divisões, laços quebrados.


Família é plano que deve permanecer para sempre
E vivendo sua união com os olhos fitos na eternidade. Evitando o adultério, lutando contra as paixões, levando a sério sua sexualidade. Seu corpo, e as três cordas.


Embora você possua a liberdade para ser casar com outro por causa da infidelidade de teu esposo, o perdão é uma arma tão poderosa quanto a vida.


Quando um casamento se rompe, as cordas que se partem, a espiritual, a sexual e a psicológica se partem com estardalhaço, deixando feridas graves em todas essas áreas. Tristeza, irritação, cansaço, desanimo, angústia, desconfiança, dor. Problemas nervosos, de coração, hormonais. Depressão, e mesmo opressão maligna causada pela ira, pela raiva, pelo desejo de vingança.
A sexualidade humana é TAMBÉM algo ESPIRITUAL, por ser assim, não há ato que envolva o sexo que não possa ser contaminado por poderes espirituais. Viver uma sexualidade CONTRA O PROPÓSITO de DEUS não é boa coisa. Prazer pelo prazer, adultério sem culpa, orgia, prostituição, qualquer outra atividade não muito fácil de traduzir em palavras, movido por qualquer coisa que não pelo amor, pela pureza, pela paixão, de modo correto, com intenções corretas, no tempo devido, com um propósito que envolva amor que permaneça, certamente farão mal. Arrebentarão sua alma.



Pensando nisso tudo. Deixando de lado toda FALSA interpretação.
Case-se com um propósito de continuidade, com compromisso, amando e preservando esse bem, seguindo os conselhos do coração de Deus.


quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Injustiça ao filme Transformers




Propositalmente a mídia não mostrou nehuma cena nos trailers
a respeito do filme Transformers. A televisão desdenhou um
único comercial a altura do filme. Por algum motivo obscuro
a propaganda original que aparece hoje em alguns DVD´s do
mercado, não foram divulgadas em nehum meio.
Os posters e cartazes que divulgaram o filme também
se empenharam em não representar uma única e decente
cena da criação. Espantoso em cenas de computação
do ício ao fim, um enredo que fêz questão de aproveitar
todos os núcleos de ação e sua heroína, de beleza ímpar.

Um dos piores papelões da promulgação cinéfila
da história dos brockbusters.
Ou uma lição poética de como enterrar um filme,
de modo políticamente correto...

Egoísmo


Num olha assim pra esse pudim,
Que é meu.
Só meu.
O teu tem tempo que acabou
Findou.
Esse teu olho num comove
Esse meu duro coração
Esse pudim que agora vês
Que é meu
Só meu.
Em breve será só lembrança
Visual
Pra ti.
Gustativa
Pra mim.
Só mim.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Terra de ninguém - Jeremias 32





2-4Nessa ocasião Jeremias estava encarcerado no calabouço da cave do palácio; e durante esse tempo o exército de Babilónia cercava Jerusalém. O rei Zedequias tinha-o posto lá por ter continuado a profetizar que a cidade haveria de ser conquistada pelo rei de Babilónia, e que o rei Zedequias seria preso e levado, como prisioneiro, até à presença do rei de Babilónia, para ser julgado e sentenciado.


5Ele te levará para Babilónia, e te meterá lá na prisão, por muitos anos, até que morras. Porquê combater factos? Não poderás vencer! É melhor renderes-te já! Estas foram as palavras que Jeremias lhe disse repetidamente.


6Então veio esta mensagem do Senhor a Jeremias:


7Teu primo Hanameel, filho de Salum, virá em breve ter contigo para te pedir que lhe compres a propriedade que tem em Anatote, porque, pela lei, tens direito a adquiri-la antes que outros se proponham transaccioná-la.


8E com efeito Hanameel apareceu, como o Senhor tinha predito, e veio ver-me à prisão. Queres comprar a minha propriedade de Anatote, na terra de Benjamim, perguntou-me; porque a lei dá-te a ti o direito de a adquirires. Foi assim que me dei conta de que efectivamente a mensagem que tinha recebido vinha do Senhor.


9-10E comprei-lhe o terreno, pagando-lhe duzentos gramas de prata. Assinei e selei o contrato de compra perante testemunhas, tendo pesado a prata, que lhe entreguei logo.
















Terra de ninguém










No Man's Land.
No man's land (significando terra de ninguém) é um termo da língua inglesa empregado para designar um território não ocupado ou, mais especificamente, um território sob disputa entre partes que não o ocuparão por medo ou incerteza.




Na Primeira Guerra Mundial e em outras guerras que envolveram combates de trincheiras, o termo no man's land indicava o espaço entre as trincheiras das duas forças beligerantes. Esse território não pertencia a nenhum dos lados, era um lugar neutro no campo de batalha. No man's land era uma área muito perigosa porque não fornecia nenhuma cobertura que as trincheiras proporcionavam. No entanto, soldados eram forçados a se aventurar nela quando avançavam, e os responsáveis pela evacuação de feridos precisavam atravessar a zona para transportar os soldados para tratamento. No man's land era freqüentemente um experiência difícil para os soldados, variando de algumas centenas de metros a, em alguns casos, apenas 15 metros. Defendidas por metralhadoras e atiradores de ambos os lados, essas zonas eram freqüentemente repletas de minas e arame farpado. Bombardeamento intenso e artilharia cobriam a no man's land em um mar de explosões e fogo, devastando a área


Das três forças armadas que dispomos nos exércitos modernos, duas reportam a antiguidade:
Exército e Marinha. Infantaria e Navios de guerra. A aeronáutica surge no front somente no início do século XX, iniciando com as velhas máquinas voadoras e seus audazes pilotos. As batalhas aéreas se iniciam justamente na primeira guerra mundial. Um avião caindo na terra de ninguém era algo impensado. Dificilmente um piloto sairia de lá vivo. As guerras do passado, no entanto também possuíam seus artefatos de engenharia. E suas estratégias que até hoje são utilizadas. O CERCO, por exemplo, era quando um exército sitiava uma cidade, deixando a míngua seus moradores, até que por falta de haveres ou provisões o exército instalado na dita cidade se rendia e a cidade era tomada. A cidade antiga era fortificada, geralmente defendida com altos muros, torres com armas e imensos vasilhames com óleo que poderiam ser rápidamente incendiados, possuindo também pedras pesadas para serem jogadas dos muros, estacas e uma artilharia composta de flecheiros. O CERCO, entretanto, minava a força de defesa da cidade até que seus habitantes exauridos pela fome fossem forçados a abrir os portões e se render. Na Segunda Guerra mundial os alemães cercam mais de trezentos mil judeus, enclausurando-os num bairro de ruas estreitas, na região pobre de Varsóvia, controlando a entrada e saída de alimentos, fazendo com isoo que milhares perecessem sobre as duras condições do campo de concentração improvisado. 2600 anos antes do gueto de Varsóvia ocorreu um terrível CERCO, na cidade de Jerusalém O protagonista desta antiga guerra não foi o TERCEIRO HEICH inexistente ainda. Foram os caldeus. Estes na época de Jeremias fizeram o mesmo com a cidade de Jerusalém. A cidade enfrentou então o cerco do mais poderoso exército da época, que fizera frente ao egito, que conquistara grande parte do mediterraneo, da india, do casaquistão, paquistão, parte da asia, assim como a arábia e que estendia seu império até o norte da africa. Já havia meses que fora sitiada. Parte da cidade baixa de Jerusalém já se encontrava destruída. Os incendios frequentes eram visto em toda parte. A fome era tremenda. As instituições de nobreza; sacerdócio; as escolas; a economia; nenhum setor restara intacto. Máquinas de guerra, ora lançavam imensas pedras, outras vezes blocos incendiados. Choviam flechas em vários setores dentro dos muros, assim como lanças, que eram lançadas cotidianamente. Jerusalém se tornara verdadeiramente numa terra de ninguém. Encarcerado no pátio da guarda, o nosso conhecido profeta Jeremias. Contra toda a opinião vigente, Jeremias sempre parecia ser do contra. Enquanto os falsos profetas repetiam falsas promessas de livramento, Jeremias repetia o que já vinha afirmando a quase 30 anos. A destruição era inevitável. O rei enfurecido mandou encarcerár o profeta que pregava rebelião. Que ordenava que o povo se RENDESSE. Zedequias, o rei, disse que ISRAEL era nação DIVINA. Que eles eram o povo escolhido. Não pereceriam. Jeremias disse que os exércitos tomariam tudo. Zedequias disse ser o descendente de DAVI e sobre profecias dizendo: "Jamais faltará um homem da casa de Davi que se assente sobre o trono real". Jeremias disse que ele seria arrastado em cadeias e que ele, o rei, olharia nos olhos de seu conquistador.
Jeremias sabia o que haviam feito. Ouvira o grito das adolescentes quando eram queimadas vivas em oferenda a uma divindade maligna chamada Moloque, em rituais malditos no vale do lixão, o vale de Hinon. Jeremias sabia sob parte dos sacerdotes se acostumando com noites de orgias nos cultos dos templos de Baal e da deusa da fertilidade. De dia preparavam oferendas no templo do Senhor. Mas a noite queimavam bolos de farinha com o azeite que roubavam do templo, a rainha dos céus. Os profetas pagos falavam somente aquilo agradável ao rei e seus asseclas. Por toda parte latifundiários escravizavam seus irmãos e irmãs israelitas em suas fazendas ilegítimas. As terras das famílias israelitas eram hereditárias. De 49 em 49 anos teriam que voltar as famílias asncestrais. Os fazendeiros jamais praticaram tal coisa. Nas disputas judiciais da cidade, os pobres que não podiam comprar as decisões dos juízes perdiam até a roupa do corpo, quando não a própria liberdade. Zedequias reclamava promessas que não tinha direito de reclamar. E lógico, por isso, Jeremias agora estava preso... No meio da noite, no entanto, uma revelação louca acordou o profeta indignado:
Amanhã teu sobrinho virá te vender uma fazenda, que pertenceu a teus avós. Compre-a.
Ela fica na terra de teu nascimento, lá em Benjamim.
Pela manhã Hanamel sobrinho de Jeremias apareceu afoito com uma oferta absurda. Uma imensa fazenda de valor de pelo menos 40 kilos de prata, vendendo por uma pechincha. 200 gramas de prata. Jeremias tomou testemunhas e redigiu de seu próprio punho o contrato. Pediu aos guardas que liberassem suas economias. Abriu sua velha bolsa e tirou de lá cerca de 30 moedas. E comprou o campo. O ex-proprietário tinha um anel com um selo, que por falta de tinta, usa com seu próprio sangue, para marcar o rolo de pergaminho. Descalça um dos seus sapatos e entrega a escritura nas mãos de Jeremias. As testemunhas admirando aquele estranho ato gritam: Está FEITO! Está consumado. Jeremias chama seu amigo escriba, biógrafo e que trabalhava como intérprete e cronista no palácio. Por entre as grades entrega o rolo nas mãos de Baruc e solicita que seja guardado num lugar apropriado. A comitiva parte, enquanto a chuva de flechas se levanta no horizonte. Então Jeremias entende. Haverá um amanhã. Ele sobreviverá para vê-lo. Haverá esperança, haverá um futuro. Mesmo que os exércitos entrem, mesmo que a cidade seja destruída, Deus mostrava que ainda haveriam vinhas e olivais, que ainda haveria vida, que um dia a guerra cessaria. A terra de ninguém tinha dono. Deus julgava a nação pela morte dos inocentes, mas cessado o juto juízo, haveria paz. As conseqüencias de atos terríveis não seriam suficientes para impedir que a graça e a misericórdia suplantassem sobre o juízo. O pecado humano seria julgado. Mas no fim, haveria esperança. Quando Jeremias entendeu o que Deus estava lhe mandando fazer, exclamou:
24Vejam só estes baluartes com que o inimigo sitia a cidade, e que se aproxima ofensivamente das muralhas; os babilónios acabarão por conquistar a cidade pela espada, pela fome e pela peste. Desta forma tudo aconteceu como tinhas dito, e como estava determinado que fosse!
25Pois mesmo assim, apesar disso tudo, tu disseste-me que comprasse o campo - que pagasse o dinheiro pedido por ele, perante testemunhas, num acto legal - embora a cidade esteja já praticamente dada nas mãos dos nossos inimigos.
Então Deus respondeu a Jeremias algo que todos os governantes da terra deveriam conhecer de cor. A razão oculta para que tanta tragédia se manifeste entre os seres humanos.


26Então veio esta mensagem a Jeremias:
27-31Eu sou o Senhor, o Deus de toda a humanidade. Haverá por acaso alguma coisa demasiado difícil de realizar, para mim? Sim, com certeza que darei esta cidade aos babilónios, a Nabucodonozor, o rei deles; ele há-de conquistá-la. Os soldados que lá estão de fora entrarão, porão fogo à cidade e queimarão todas esta habitações, cujos telhados serviram para oferecer incenso a Baal, e para derramar libações a outros deuses, provocando assim a minha ira! Porque Israel e Judá só souberam praticar o mal, desde os primeiros tempos; enfureceram-me com todos os seus actos pecaminosos. Desde o tempo em que esta cidade foi construída até agora, não têm feito senão suscitar-me a cólera; por isso estou decidido a lançá-los fora da minha presença.
32-35Os pecados de Israel e de Judá - os pecados do povo, dos reis, dos responsáveis pela administração pública, dos sacerdotes e dos profetas - exasperam-me. Voltaram-me as costas, e recusam converter-se; dia após dia, ano após ano, lhes ensinei a distinguir o bem do mal, mas não querem ouvir-me e obedecer. Conspurcaram o meu próprio templo, fazendo adorações, aqui mesmo, aos seus abomináveis ídolos. Construíram enormes altares a Baal no vale de Hinom. Lá queimaram os filhos em sacrifício ao deus Moloque - coisa que lhes recomendei que nunca fizessem, e nada nas minhas leis poderia ter-lhes sugerido tal coisa. Que tremenda e incrível maldade, ter feito Judá pecar dessa maneira!
36-39Por isso agora o Senhor Deus de Israel diz respeitante a esta cidade, que cairá nas mãos do rei de Babilónia através da guerra, da fome e da pestilência, mas que tornará a trazer o povo de volta, de todos os países para onde a sua cólera os dispersou. Tornarei a trazê-los para esta mesma cidade, e farei com que vivam em paz e em segurança. Serão o meu povo e serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e uma só mente para que me adorem para sempre, para seu próprio bem e para a felicidade dos seus descendentes.
40-42Farei com eles uma aliança eterna, em como nunca mais os abandonarei, e só lhes farei bem. Porei um só desejo no seu coração: o de me adorar; e nunca mais me deixarão. Terei alegria em lhes fazer bem; tornarei a plantá-los nesta terra, com grande alegria. Assim como lhes enviei todos estes terrores e males, assim também depois lhes farei todo o bem que prometi.
43-44As terras tornarão a ser compradas e vendidas, terras essas agora desvastadas pelos babilónios, e donde os homens e animais desapareceram. Sim, os campos serão novamente transaccionados - e os contratos respectivos selados perante testemunhas - tanto na terra de Benjamim como aqui na zona de Jerusalém, nas cidades de Judá, como na reigão das colinas; na planície da Filisteia, como no Negueve. Há-de vir o tempo em que restaurarei a sua prosperidade.

Jeremias não comprava um campo para si. Comprava para nós. Ele executava um ato profético, uma alegoria, um símbolo. Seu ato louco traduzia outra perspectiva. Desdobrava-se numa outra dimensão. A dimensão dos atos de fé, dos atos de homens que obedeceram a Deus, quando tudo o mais dizia que Deus já não existia mais. O ato profético de Jeremias reverberava Cristo. Narrava Cristo. Gritava fatos sobre um homem a quem representava que verdadeiramente compraria o MUNDO num tempo de guerra.

Jesus um dia viria a terra e a compraria para Deus. Derramaria seu espírito como sinal dessa aliança. Na ceia ele fala desse contrato:

Lucas 22:20 fala "Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado por vós" Jeremias ergue nas mãos numa "terra de ninguém" um pergaminho que lhe dá direito a uma herança impensada. Jesus ergueu o cálice e comemorou a redenção humana iniciada. As testemunhas gritariam para Jeremias: Está feito! Jesus gritaria na cruz: Está Consumado! Ainda havia guerra quando Jeremias comprou um terreno da herdade de seus pais. Ainda existe uma insana guerra espiritual desde que a cruz se ergueu na terra. Mas, a herança e a esperança de dias maiores revigoraram o coração do profeta. O clamor da guerra não sufoca a realidade da palavra de Deus. Profecias verdadeiras são como espadas cravadas na terra depois de vencida a batalha. Elas testemunham o que já aconteceu, depois de ser o instrumento que na verdade, moldou o amanhã. Os tambores batiam pavorosamente naquela manhã, as trombetas altissonantes entoavam notas de dispor para a batalha. As prisões ainda detinham o sofrido e rejeitado profeta e a destruição que ele mesmo profetizou não tardaria a ceifar a cidade. Quando caminhava em direção a semana derradeira de seu ministério, Jesus chorou sobre a visão da mesma cidade, perto do mesmo lugar onde Jeremias foi preso, dizendo:

"Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas, mas vocês não quiseram!" O mundo ainda vive dias de cerco. As nações ainda respiram a guerra. Por todo lado ainda domina a fome, a ignorância, a mentira, a corrupção. Da venda de medicamentos falsos, a criação e disseminação de doenças fabricadas em laboratório, de atos insanos de auto-terrorismo para justificar a necessidade do petróleo alheio. Recursos essenciais começam a faltar. O homem vive dias de cerco espiritual, do mesmo tipo que envolveu o ministério de Jesus onde por cada esquina uma pessoa endemoninhada gritava à sua passagem. Vive cercos numa busca incessante de velhas religiões, envolto no clamor crescente da crença num universo sem Deus. Cerco burro, zombando dos demônios como inexistentes, como só fossem abstrações da mente, ao mesmo tempo em que invoca a magia e poderes que POR ELES É REALIZADA. Milhares de denominações que se dizem cristãs, AINDA NO CERCO, vivem como os falsos profetas da época de Jeremias dizendo: - Está tudo bem. O inferno já foi vencido. Opressão maligna é coisa do passado. O apocalipse é só uma reinterpretação teológica da história pregressa. As profecias, todas elas, já se cumpriram. O mal não virá sobre a terra. Não haverá juízo sobre a maldade humana. E será delas, dessas instituições proféticas falidas (falo dos falsos mestres e profetas que nelas habitam, não da instituição em si), que cobrar-se-á o altíssimo preço da omissão da verdade.

No livro de Apocalipse, João envolto de grandiosa tristeza, aguardava a chegada de um ser, um único, qual em todo o universo fosse digno o suficiente para abrir um estranho pergaminho selado por dentro e por fora entregue pelo próprio Deus. Na visão percebe que havia, entre os bilhões de anjos, quem fosse digno de tal coisa. Até que Jesus vem caminhando, triunfantemente, ao meio de todos os seres viventes e pessoalmente TOMA em suas mãos o CONTRATO que está nas mãos de Deus o Criador de tudo. É esse dia que aconteceu no invisível, é sobre esse fato eterno, sobre a legitimidade de CRISTO ser possuidor de TUDO, retomando para si o que lhe pertence por DIREITO eterno, é sobre tal fato que Jeremias prefigurava. Isto é o que ele representava.

Hananel ia rindo tendo nas mãos suas duzentas gramas de prata, e Jeremias quase sem nada possuir, apropriou-se de uma herança que jamais pensou que pudesse ter. Jeremias presenciou tudo de pior que sua nação foi capaz de protagonizar. Cansou de ver os corpos ainda carbonizados das crianças queimadas em honra de deuses que não eram nada. E possuía pouca ou nenhuma esperança nos seres humanos. Não viu mudanças nos corações de pedra de seus compatriotas, não conheceu a transformação de gente pela sua pregação, caminhou em meio a monólitos, gente incapaz de amar. Ele entendia a razão da indignação de Deus. Ele entendia que a justiça deveria acontecer. Mas naquela manhã, Jeremias recebeu de volta algo que o abraçaria até o fim de sua vida. Zedequias morreria preso no exílio. Jeremias SABIA. Sim ele sabia. Ainda lançaria sementes na antiga fazenda de seus pais. Atualmente essa fazenda é um Kibutz, uma fazenda administrada por uma sociedade agrícola. Mas, mesmo depois de séculos, na verdade está só arrendada. Ainda pertence ao profeta que ousou enfrentar um rei. Ainda é símbolo de um contrato, que transformará essa "terra de ninguém" chamada mundo, numa propriedade de Cristo, que como absoluto Senhor, realizará a paz.

Mas até que este retorne, selou corações que crêem com alegria e certeza. E nos sinalizou com sua presença, como sinal, que a guerra não é forte o bastante, para enfrentar o "está consumado" emitido na cruz.

Porque a terra de ninguém, tem dono.

Welington J Ferreira


sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Duas Vidas




















The Kid, Duas vidas em brazilian portuguese, é um dos melhores filmes do Bruce. Minha esposa já assistiu e nos fêz assistir umas doze vezes. A história de um conselheiro de imagem, cuja função é a de criar um
'personagem' para exposição na mídia de seus
famosos clientes, perdeu a muito tempo o vínculo com tudo aquilo que lhe tornava humano. Uma parábola sobre o reencontro de um homem consigo mesmo,
reaprendendo a enxergar o que
realmente vale a pena, quando por motivos não muito bem revelados, é forçado a conviver com uma criança que na verdade é ele mesmo....




quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Peak Oil


Peak Oil

A crise global que se aproxima e o declínio da aviação
por Alex Kuhlman [*]


Apesar de debatida e muitas vezes negada, uma queda maciça na produção de petróleo está a aproximar-se mais rapidamente do que muita gente está pronta a admitir. O Dr. Alex Kuhlman avalia a situação e o seu efeito sobre a indústria aeronáutica, e faz-nos lembrar que devemos começar a pensar no amanhã.

Nos últimos poucos meses tem havido um aumento da cobertura dos media acerca dos records de preços altos do petróleo e do futuro da produção petrolífera global. O inevitável endurecimento da oferta está a desestabilizar os mercados de petróleo, os quais agora apresentam respostas extremas de preços às mais pequenas perturbações. É curioso que muito poucas pessoas saibam que a produção petrolífera mundial está a aproximar-se do seu pico histórico, e os actuais US$ 60 por barril [1] podem parecer como uma pechincha daqui a uns poucos anos. Em mais de 54 dos 65 mais importantes países produtores de petróleo a produção já começou a declinar, prevendo-se que o Médio Oriente venham logo a seguir. As implicações de termos menos petróleo amanhã do que temos hoje são de grande alcance pois uma crise global inevitável se seguirá. As indústrias intensivas em energia como a aviação comercial sofrerão primeiro, seguida pelas outras indústrias, pelas economias nacionais e pela economia global. Em última análise, a escassez de petróleo limitará severamente a capacidade do mundo para sustentar sua população pois a produção de alimentos repousa pesadamente sobre combustíveis fosseis. Isto não é uma teoria da conspiração ou profecia bíblica. Trata-se, ao contrário, da conclusão científica dos mais amplamente respeitados e conservadores geólogos, físicos e economistas.


PICO PETROLÍFERO (PEAK OIL)


O mundo não está a ficar desprovido de petróleo, mas a sua capacidade para produzir petróleo de alta qualidade barato e economicamente extraível de acordo com a procura está a diminuir. Com grandes esforços e despesas, o nível actual de produção petrolífera poderá possivelmente ser mantido por mais uns poucos anos, mas para além disto a produção de petróleo deve começar um declínio irreversível. Mais de 95 por cento de todo o petróleo recuperável já foi descoberto e aproximadamente 90% de todas as reservas conhecidas estão actualmente em produção. Não tem havido descobertas significativas de novo petróleo desde 2002. O petróleo agora está a ser consumido quatro vezes mais rápido do que está a ser descoberto, e a situação está a tornar-se crítica. Isto é um problema irremediável e constitui o desafio mais central enfrentado pela civilização moderna.


ALTERNATIVAS

Não há fontes de energia prontamente disponíveis que possam substituir o petróleo à medida que ele declinar gradualmente ao longo das próximas décadas. Na sua forma actual, as energias alternativas simplesmente não são capazes de substituir os combustíveis fosseis à escala, taxa e maneira com a qual o mundo actualmente os consome. O público, líderes de negócios e políticos estão todos sob a falsa suposição de que o esgotamento do petróleo é um problema objectivo de engenharia, mas é improvável que a engenhosidade da espécie humana ultrapasse os factos básicos da geologia e da física. Os combustíveis fosseis permitem-nos operar sistemas altamente complexos a escalas gigantescas. As renováveis são simplesmente incompatíveis neste contexto e os novos combustíveis e tecnologias exigidos levariam um bocado mais de tempo para desenvolver do que o disponível e exigem uma base de abundantes combustíveis fosseis para funcionar.


A INDÚSTRIA AERONÁUTICA


O curto prazo:

O petróleo proporciona 40 por cento de toda a energia primária, e aproximadamente 90 por cento da energia no nosso transporte. Para a maior parte das companhias aéreas, o combustível é a segunda maior categoria de despesa, logo após o trabalho. Em resultado directo dos aumentos dramáticos nos preços do petróleo, o custo do jet fuel mais do que duplicou desde o princípio de 2004. A lucratividade das companhias aéreas já estava sob extrema pressão devido à competição acrescida, à super-capacidade e a rendimentos mais baixos. Além disso, ataques terroristas têm tido efeitos negativos temporários sobre a procura em geral e sobre rotas específicas, enquanto o custo da segurança também aumentou. Mais uma vez, a indústria da aviação está a sofrer. Em noticiários recentes, o presidente da Thai Airways e ministro das Finanças da Tailândia exprimiu preocupações acerca do futuro dos transportadores em meio a ascensão dos preços do petróleo. Em Agosto aquela companhia aérea anunciou ter perdido 4,78 mil milhões de bath (US$ 117 milhões) no terceiro trimestre depois de ser atingida pelo disparo nos custos do jet fuel. Apenas umas poucas companhias de aviação têm a perspicácia, a coragem e os fundos necessários (ou capacidade de crédito) para protegerem (hedge) os preços dos combustíveis. A Southwest conseguiu proteger seu preço a US$ 26 para 85% do seu combustível com lucros a aumentarem 41% no segundo trimestre de 2005 em resultado disto. Em 2004, a Delta Airlines manteve posições [de hedge] mas foi forçada a vendê-los numa aflição financeira (cash crunch) de curto prazo. Aqueles hedges teriam protegido cerca de um terço das suas necessidades de combustível. O preço da sua acção entrou em colapso, passando de mais de US$ 8 um ano atrás para menos de US$ 0,70 hoje. A Continental não tem hedges este ano em contratos a termo de petróleo. A United Airlines, que pediu a protecção de bancarrota em Dezembro de 2002, tem 30% do seu combustível protegido (hedged) a US$ 45. Recentemente, a American eliminou rotas devido ao alto custo do combustível, ao passo que a perspectiva para a Northwet está longe de ser optimista com as suas acções tem caído de mais de US$ 22 para menos de US$ 4 nos últimos 12 meses, sob o Capítulo 11 da protecção de bancarrota. A Ryanair protegeu em torno de US$ 45, enquanto a Easyjet conseguiu cobrir-se a US$ 60. No curto prazo, o hedging tornou-se uma parte crucial do negócio para a maior parte das companhias de aviação que têm exito.


Airbus A380. O Médio prazo:

Dentro de uns poucos anos, ou mesmo antes, a extracção de petróleo dos furos será fisicamente incapaz de atender à procura global. Os preços dispararão, propelidos pelo pânico do mercado, prejudicando mais uma vez a indústria aeronáutica. Além disso, os preços elevados do petróleo diminuirão o rendimento disponível do consumidor e deprimirão a procura. O número de companhias aéreas carentes de dinheiro aumentará. As companhias mais fracas sem contratos hedging, que de alguma forma conseguiram sobreviver no curto prazo, estão condenadas ao colapso. Além disso, custos de combustíveis mais altos diluirão a vantagem competitiva que têm os transportadores de baixo custo. A razão para isto é que como a fatia do custo do combustível em relação ao custo total aumenta, a fatia relativa de todas as outras despesas operacionais diminui, enfraquecendo as vantagens do baixo custo em que estas companhias tradicionalmente basearam o seu modelo de negócio. Um outro efeito possível pode ser um aumento relativo nas viagens regionais em detrimento das de longa distância. As companhias de maior êxito provavelmente serão as transportadoras de bandeira do Médio Oriente pois esta região beneficiará dos altos preços do petróleo, permitindo que estas companhias se fortaleçam. Os emirados encomendaram 45 dos novos Airbus 380 gigantes, os quais são elementos chave no futuro crescimento da companhia, enquanto peritos acreditam que muitas companhias aéreas árabes farão mais encomendas de Airbus e Boeing nos próximos poucos anos.


Longo prazo:

Num cenário de pior caso, o futuro da aviação a longo prazo é desastroso. À medida que os preços do petróleo continuam a ascender, a economia mundial será confrontada com um grande choque que tolherá o crescimento económico e aumentará a inflação. O economista chefe do Morgan Stanley previu recentemente que temos uma probabilidade de 90 por cento de enfrentar um "Armagedão económico". Durante o período de transição para uma era pós-petróleo, poderá haver interrupções maciças nos transportes à medida que o declínio global da produção de petróleo se aprofunda. Haverá inquietação social e uma forte redução da actividade dos negócios e dos governos, bem como um desemprego muito sério. No final das contas, uma grande proporção da procura por viagens aéreas será quase completamente destruída, com o risco de a aventura da aviação ser eliminada do negócio, com excepção talvez de um punhado de companhias. As viagens aéreas serão novamente reservadas para os ricos e negócios dos governo e o mundo tornar-se-á outra vez um lugar mais amplo.


As soluções devem ser fundamentadas na ciência


Se quisermos ter pelo menos um vislumbre deste sombrio cenário futuro é vital compreender plenamente o problema. É o que alguns chamam "um problema fora do contexto" — tão distante do nosso âmbito de experiência normal que estamos colectivamente um trabalho árduo para processar isto. O declínio do petróleo é uma certeza e é garantido pelas leis naturais que governam nosso mundo físico, e nada na ciência, na tecnologia ou na engenharia pode impedir. O mundo precisa preparar-se para uma era pós-petróleo e fazer enormes compromissos e sacrifícios para evitar uma crise profunda. Com o pouco tempo que nos resta, precisamos de uma intervenção dos governos de todo o mundo, bem orquestrada e em grande escala, para conservar a base de combustíveis fosseis remanescente que é necessária para desenvolver e implementar fontes de energia capazes de fazer funcionar países como os Estados Unidos — ou mesmo uma fracção substancial dele — do modo como estamos a faze-lo funcionar agora. Com uma base energética minguante, pode simplesmente faltar-nos as ferramentas e o tempo para substituir um fluido tão barato, abundante e versátil.

A visão tradicional de economistas de que o sempre criterioso mercado resolverá todos os problemas é uma falácia. O objectivo supremo em todos os países de elevar os rendimentos, os padrões de vida e o PIB tanto quanto possível, constantemente e sem qualquer noção de limite, é inalcançável. De acordo com as tendências actuais, um país como a China estará a precisar de 88 milhões de barris por dia em 2031, quando a produção total mundial de hoje é de apenas 84 milhões de barris/dia. Mesmo os níveis actuais de produção e de consumo são brutalmente insustentáveis com uma base energética em processo de encolhimento. A teoria de que o estímulo económico estimulará descobertas, e de que o mercado manterá o equilíbrio, ignora as sérias limitações técnicas de várias tecnologias de substituição. Além disso, assume que o lado da oferta pode responder rapidamente no curto prazo, ignorando os longos tempos de execução exigidos para quaisquer novos projectos petrolíferos e projectos de energias alternativas começarem a produzir (mais de 10 anos) enquanto abstrai o enorme custo que significa modificar a infraestrutura global de um milhão de milhão (trillion) de dólares que foi estabelecida sobre preços dos do petróleo sistematicamente baixos (a da aviação inclusive). Finalmente, a teoria económica fundamental falha em relação às leis da física e da termodinâmica. Por exemplo: ao olhar para equações de energia, verifica-se que para extrair petróleo das altamente glorificadas areias betuminosas gasta-se duas unidades de energia para produzir três unidades e o seu valor energético líquido é portanto marginal. Nos dias primitivos da descoberta do petróleo, este rácio costumava ser 1:20. Haverá sempre grandes reservas de petróleo que ficarão na terra pois simplesmente seria preciso mais energia para extraí-las do que o que elas renderiam, pouco importando o preço do mercado.


Devemos mover-nos rapidamente rumo a regulações globais que restringirão o crescimento económico e o consumo de combustíveis fosseis a fim de permitir que a transição para uma era pós petróleo seja o menos penosa possível. Actualmente é impossível conseguir que as pessoas ou os governos sequer examinem esta questão. Contudo, para prevenir um futuro que é tão drasticamente deslocado em relação ao presente, devemos realinhar nossas ideais com este objectivo e adoptar acções radicais a uma escala global.
29/Outubro/2005
[1] Escrito em de 2005. O preço actual já é superior a US$ 70/barril

Guia de sobrevivencia do Ned


Outra supercriativa série é o DECLASSIFIED SCHOOL SURVIVAL NED´S GUIDE, que trata de uma "manual de sobrevivêcia" feito por um aluno do curso normal num colégio americano. As situações criadas são extremamente exageradas, e os personagens possuem várias características que os tornam bem singulares. O rapaz do basquetebol, que sempre roda uma bola de basquete num único dedo. O vice-diretor que parece um mafioso. O Nerd amigo do Ned que usa os computadores como uma extensão de seu corpo

As inúmeras tentativas do Ned de conquistar sua bela namorada
A luta intelectual ferrenha entre o nerd e uma aluna japonesa.
cool.

Emma Roberts


Um seriado da Nicklodeon, Normal Demais em portugues, Unfabulous (english) de uma pré-adolescente que narra sua vida e suas desventuras em inumeráveis canções com seu inseparável violão. Cada sentimento, cada decepção, cada conquista e cada reflexão ela adicionava acordes e melodias simples, cantadas de modo desafinado, mas com talento e imaginação. E sua atriz mirim, intérprete e duble de cantora, a carismática Emma Roberts.

Sim, admito.

Sou fã.


Welington J. Ferreira

Ramon!!!!


Cara! um dos mais divertidos personagens de animação de todos os tempos.
Um pingüim mexicano, cantor de flamenco, chefe de uma "gangue de pingüins"
porta-voz de seu grande amigo, Happy Feet, paquerador inveterado e dono
de uma sagacidade invejável.
Que muitos possam conhecer Ramon. E se preparar para rir.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Até onde ter certeza das coisas que se esperam e daquilo que não pode ser visto?
Há algo mágico nas Escrituras. Nenhum outro relato ou escrito humano possui a capacidade de queimar a alma por dentro, de forjar convicções tão loucas e tão fortes como a própria luz do sol. Ela incendeia internamente, recriando estruturas perdidas, transcrevendo em nossos sonhos o DNA da própria criação. O fantástico sempre foi sonhado pelo homem. Ele conhece o fantástico ou anseia por ele, como a águia anseia pelos céus para alçar seus altíssimos voôs. Quando o incrível é estagnado no interior humano sufocado pela agressão do sofrimento, pela rudeza da morte, pela degradação das coisas, a cada dia o coração geme. O pesadelo das tribulações,as guerras urbanas e as tragédias todas, não seriam suficientes para travar essa vontade de transcender. Porque a vida imita a arte e continuamente afronta a morte. O impossível nos cerca invariavelmente, a cada batida do coração humano, num corpo de trilhões de células num mundo de inquantificáveis partículas, suspenso sobre o vazio. Porque o planeta no nada se sustenta, preso por cordas invisíveis que amarram estrelas, galáxias e incontáveis constelações. E a vida ri do desconhecido e a fé desdenha da razão, tão desesperadamente pequena. A Escritura lança mão de palavras que transpassam o tempo, varrendo o futuro como se este fosse o passado, expondo fatos da eternidade, buscando a exatidão de realidades invisíveis de dimensões jamais alcançadas pela energia ou pela matéria contida no nosso universo. Ela, a fé, fala de coisas destas dimensões impenetráveis pela essência das coisas feitas de atómos, transcrevendo e narrando, testemunhando e contando ao pé de nosso ouvido, coisas que os anjos disseram, os fatos que anteriores a criação, que habitam o coração do próprio Deus.
E eu me curvo diante do fato que crer é o mais poderoso. É mais real. Mais presente e mais eficaz do que saber. Porque crer muda minha alma. Pois a fé tem esse poder.
De transmutar o coração, através de promessas que a validam, através de promessas que a sustentam (porque a fé nasce das promessas) feitas com juramento do único ser que não possui ninguém mais alto por quem possa jurar.

Deu 4:31 - Porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá da aliança que jurou a teus pais

Welington J Ferreira

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Plinio Oliveira Pianista, Cantor, Compositor e Produtor



Transcrição de entrevista com um músico extraordinário chamado Plínio de Oliveira,
concedida ao Portal Net Babillons, músico que esteve a frente de um projeto chamado "Tons do Brasil" que apresentou grandes músicos brasileiros na CNT.

De doutrina espírita, trás consigo alguns conceitos próprios,
expressos de outro modo pelas fabulosas Escrituras,
Afinal o Autor de tudo e Senhor dos anjos sabe mais sobre a vida
do que nós, os músicos, do que nós
que buscamos a verdade. Sempre que discordo de algo que foi dito pelo
Espírito de Deus, normalmente ele vence a discussão.
Mas, não é assim a experiencia dos que querem conhece-lo?
Ter coragem de aprender com ele, apesar de seus estranhos ensinos.
Estranhos e tremendos.

Embora não concordemos com algumas visões espirituais que transmite,
admiramos sua musicalidade e o amor que possui pela musica.
Sua instrumentalidade, e sua vocação pro bom gosto.
E também a parte essencial de sua mensagem,
que musica é dom de Deus,
é presente pra nós,
nós que sem música
não seríamos assim
tão nós.



Perfil

Plinio Oliveira é um Artista polivalente que usa o referencial da diversidade na emoção, quando toca piano, canta, compõe ou produz. Nasceu em Cruz Alta, no Estado do Rio Grande do Sul e ainda criança foi morar em Curitiba, no Estado do Paraná, onde está até hoje. É um apaixonado pela Boa Música e isso lhe proporciona forças para determinadamente difundir boa a música no Estado do Paraná e pelo Brasil à fora. A sensibilidade de Plínio faz com que ele seja, sem dúvida, uma pessoa especial na música brasileira.
Curitiba agrega valores inestimáveis da cultura nacional, um deles é Plínio Oliveira com mais de 12 CDs gravados. É apresentador do programa de televisão "Tons do Brasil", de música popular brasileira.

Entrevista

Portal Net Babillons
Como surgiu seu gosto pela música ?
Plinio Oliveira
Eu devia ter 4 ou 5 anos de idade; embora sempre me diga curitibano, na verdade nasci em Cruz Alta, no estado do Rio Grande do Sul, de onde sai com 5 ou 6 anos de idade. Em qualquer lugar onde vou e dou entrevista sempre falo que sou curitibano, em entrevistas mais íntimas é que eu conto que sou de lá, até porque tem a ver com minha história musical, que é um momento muito bonito, com 4 a 5 anos de idade as pessoas no Rio Grande do Sul tocam acordeão. Então eu via acordeão sendo tocado e nunca me chamou atenção, um dia fui levado à casa de uma pessoa para fazer uma visita e lá tinha um piano e foi a primeira vez que eu senti paixão por aquilo, por brincar. Depois eu já devia estar com 6 anos de idade, correndo na casa de um vizinho, estava tocando no rádio a música "Cálice", do Chico Buarque e Gilberto Gil, lembro direitinho que parei, isso jamais se apagou da minha memória, eu parei de correr, de brincar, ouvi a música até o final e quando acabou eu continuei brincando mas aquilo se impregnou em mim. Então surgiu ali, com 5 ou 6 anos de idade e ao longo do tempo foi tomando dimensões maiores, foi virando uma paixão, na verdade a música é um modo de se conectar com o transcendente, com Deus, com a espiritualidade, com o sentido real da vida, que para mim não é absolutamente captável pelos 5 sentidos. A música é isso, ela tem a possibilidade extraordinária de transformar o palpável em impalpável, a minha paixão pela música é espiritual e surgiu lá na idade dos sonhos.

Portal Net Babillons
Em sua opinião a musicalidade do brasileiro tem contribuído com a boa música ?
Plinio Oliveira
O brasileiro é reconhecido no mundo inteiro, até onde eu sei, até onde li. Todo músico brasileiro é reconhecido como bastante criativo. Eu atribuo isso, como alguns estudiosos, a nossa mistura de raças, a própria condição do clima do nosso país, isso faz com que o brasileiro tenha uma ginga, um suingue, uma capacidade de driblar o impossível, isso contribui absolutamente em todas as áreas. Na música erudita, um pianista brasileiro é mais criativo que um europeu, não significa que ele é melhor, ele é apenas mais inventivo. Um cantor brasileiro, como Milton Nascimento, por exemplo, que é extremamente criativo, ele chama muita atenção internacionalmente, por essa brasilidade; é algo que não se explica, é algo que não se forja. Atualmente eu faço uma crítica muito grande a essa tendência de artificialização dos artistas, dos cantores, onde devagarinho tenta-se apagar algo que é a nossa essência, que é a nossa criatividade o samba no pé, que não é necessáriamente você ter ritmo de samba, mas ter uma relação com a música, com a arte que é visceral, não é uma relação intelectual é uma relação de coração; isso contribui absurdamente com o trabalho de qualquer artista. O brasileiro que quiser ser artista, tem muito mais chance que qualquer pessoa de outro país, porque já está na alma dele.

Portal Net Babillons
Sua inspiração vem de que maneira quando compõe ?
Plinio Oliveira
Sou altamente intuitivo, então, eu aprendi com o tempo que isso se chamava meditação, que é a suspensão do pensamento. Eu tinha um amigo que dizia: "quem não pensa é cachorro...", aquilo eu ouvia e achava engraçado. Mais tarde fui descobrir que quando a gente consegue suspender todos os pensamentos e colocar a mente em um estado de receptividade da natureza, das pessoas, é como se a gente fizesse uma conexão com o pensamento que organiza e sustenta o universo, seja qual for esse pensamento. Mas o processo criativo é altamente intuitivo porque esvazio o pensamento quando vou para o piano. Eu componho por encomenda, às vezes porque estou emocionado com alguma coisa, mas é sempre a partir disso, preciso esvaziar a mente, quando eu esvazio a mente as idéias chegam e graças a Deus tem chegado muitas idéias, tenho mais de 400 músicas escritas e mais de 120 músicas já documentadas e gravadas por mim mesmo e também por outros artistas.

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Existem lugares especiais para você compor ?
Plinio Oliveira
Eu aprecio muito o silêncio, mas não é o silêncio do campo, por exemplo, é o silêncio da cidade, é quando consigo fechar a porta do meu estúdio e me isolar do barulho que tem lá fora, mas se me der vontade de ouvir o barulho abro a porta e ouço. Quando eu estava compondo a minha sinfonia número 1, fui levado pelo patrocinador para um retiro, ele julgou que lá eu comporia melhor, de verdade compus, mas compus melhor no caminho, o tempo que eu levava dirigindo de Curitiba até chegar ao lugar era o tempo que eu compunha, quando chegava lá fazia anotações, ia no teclado e o resto do tempo ficava passeando, não compus lá, depois eu contei para ele que compunha no caminho, mas tudo me ajudou bastante. O lugar tem que ser silencioso, tem que permitir concentração, mas não isolado do mundo. Às vezes termino de compor e ligo para casa e mostro para os meus filhos, para minha noiva, ou para amigos na hora que estou compondo, é uma forma de me comunicar com o mundo.

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Em suas apresentações quais os lugares que mais lhe marcaram positivamente ?
Plinio Oliveira
Os lugares onde pude ser mais verdadeiro; eu julguei que ficaria altamente realizado quando, por exemplo, tocasse no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, é um teatro maravilhoso, eu já havia estado lá e disse: "um dia vou tocar nesse teatro...". No ano passado fui para tocar no Teatro Municipal com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que é uma coisa bastante importante. O teatro é maravilhoso, mas aquele ambiente altamente competitivo; eu toquei bem, o público gostou, mas não me sentia acolhido pelo ambiente, pela orquestra, pelos músicos, pelo maestro, eram estranhos e estavam tendo que executar minha obra porque a orquestra tinho sido paga para aquilo. Então achei que lá seria o meu ápice e não foi, o meu ápice tem sido em cidades pequenas. Todo ano vou para São José do Rio Preto - SP, onde a primeira vez que fui cantei para 30 pessoas, na segunda vez foi para 60 e agora na última vez fiz um concerto para 450 pessoas que vão ao teatro para me ver, não por qualquer outra razão, é o lugar onde mais me sinto bem, porque sou altamente verdadeiro e é um público que eu fui construindo com o tempo. É diferente de tocar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro ou no Guaíra, em Curitiba - PR, quando vou dentro do meu projeto tocar com um artista como o Oswaldo Montenegro, que é um amigo muito querido, eu toco, faço a abertura, toco junto com ele durante o show, mas as pessoas estão lá para ver o Oswaldo e não para me ver. Já cantei em Porto Alegre - RS para 40 mil pessoas, mas elas não estavam lá para me ver, elas estavam esperando o show do Raça Negra que acontecia no final e eu junto com outros artistas fizemos o festival da abertura. Então percebi que o melhor lugar para o artista tocar, não tem haver com a quantidade de pessoas, ou com a magnificência do espaço, mais com o carinho e a atenção que o público está dando para o que você está fazendo. Tanto que mudei a minha postura hoje; eu tenho dois trabalhos que faço: um é construindo uma carreira, que com o tempo espero ter cada vez mais público, para um dia poder cantar para 10 mil pessoas, mas para 10 mil que estão lá para ouvir o que eu tenho a dizer mesmo, o outro trabalho é aquele que faço, que chamo "por amor", são apresentações que faço e não ganho nada, então estou indo para Florianópolis em setembro vou fazer a abertura de um Congresso pela Unipar, eles disseram: "Plínio e o cachê ?", eu disse: "não tem cachê, para fazer um show cobro R$ 3.000,00, R$ 4.000,00, R$ 5.000,00 mas para tocar para vocês que tem a compreensão do que faço, eu pago para ir". Então são duas posturas bem interessantes, porque o melhor lugar para mim é aquele que as pessoas estão sintonizadas com o que faço e posso ser bem verdadeiro, falar daquilo que acredito sem que as pessoas fique incomodadas com isso.
Eu acho que São José do Rio Preto - SP é o lugar mais marcante.

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O que um artista deve fazer para chegar ao êxito na sua opinião ?
Plinio Oliveira
Eu sou um admirador da música brasileira como um todo, mas tem um artista bastante importante que é o Tom Jobim, li uma entrevista dele que mexeu muito comigo, o Amir Chediack que é um produtor, arranjador e publica livros importantes de música brasileira, perguntou para o Tom: "A que você atribui a importância do seu trabalho?" e o Tom respondeu: "Eu não sabia que estava fazendo uma coisa importante". O êxito, o reconhecimento, você se tornar um artista competente naquilo que faz, portanto, sendo competente você vai ter espaço de trabalho, tem a ver com duas coisas: primeiro a verdade com que você faz aquilo e a dedicação com que você se entrega e a segunda coisa, não a falta de objetividade, mas uma ausência de espera de recompensa. Quando as pessoas me procuram para produzir um disco, que eu trabalho também como produtor para outras pessoas, sempre digo para elas: "Não espere desse disco, desse CD, mais do que o prazer de fazê-lo, porque se você esperar mais do que isso, possivelmente vai se frustrar. Agora se você não esperar nada além do prazer de estar fazendo isso, você não vai se frustar, vai estar feliz em realizá-lo e muitas coisas se desdobrarão a partir daí". Tenho um pensamento de uma professora minha que certa vez disse e que marcou demais: "O contrário do belo não é o feio, o contrário do belo é o falso". Portanto o segredo de você obter êxito artisticamente como qualquer coisa na vida é sendo verdadeiro, se a música tiver no imo da alma, estiver nas veias do coração, estiver dentro do artista, ele já é sucesso, não há nada mais o que fazer.

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Em suas apresentações você costuma tocar qual tipo de obras ?
Plinio Oliveira
Embora tenha estudado música erudita dos 9 anos 16 anos, porque é um processo de aprendizado, que aliás foi o que me fez decidir pela música popular brasileira, hoje sou dedicado a MPB, então os meus compositores e obras prediletas são: Tom Jobim, Chico Buarque, Vila Lobos, naturalmente adoro Beethoven, tem alguns trabalhos que estou passando para o português, algumas canções do Beethoven, do Schumann, Debussy, estou pegando a melodia e colocando letra em português, dentro da música brasileira os craques Milton Nascimento, o maior deles, sem dúvida é Tom Jobim, o segundo: Chico Buarque tanto musicalmente quanto poéticamente, quanto a figura social deles são pessoas indispensáveis para o nosso país, normalmente quando estou no palco executo obras deles. Eles falam do que somos nós, do que poderíamos ser ou ainda do que já fomos e viremos a ser.

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Em sua opinião o povo brasileiro está servido de boa música clássica ou isso ainda não aconteceu ?
Plinio Oliveira
Se a gente interpretar a grande mídia como a intermediadora entre a criatividade e o povo, a arte que é o trabalho de quem lê a alma do povo e traduz isso em verdade, eu vou dizer que não, o povo não está bem servido, porque a mídia, os grandes meios de comunicação de massa, eles tem um compromisso comercial muito severo, muito austero, muito difícil; eu que trabalho com televisão sei o quanto é complicado para uma emissora, como a que exibe o meu programa que é a CNT, o quanto é complicado para pagar as contas no final do mês, então essa preocupação altamente comercial, que infelizmente está inerente a televisão aqui no Brasil, faz com que a televisão não ofereça ao público o que há de melhor, mas o que há de mais fácil, o que é mais digerível em tempo curto.
Uma música bonita, você precisa ouví-la no mínimo 3 vezes para entender o quanto ela é bonita. Na televisão, no rádio não dá para você colocar uma música 3 vezes para ser entendida, se ela não for entendida na primeira audição o público não vai querer ouvir mais, vai mudar de estação, e ao mudar a tv e o rádio perdem audiência, perdem anunciante, perdem dinheiro. Então eu digo que a culpa nem é das emissoras de televisão ou diretores, a culpa é da sociedade como um todo. Nós temos problemas estruturais muito severos na educação, na consciência social, portanto o povo não está bem servido de música pela mídia, mas tem muita música boa sendo feita. Se você entra em uma loja de discos, ou na internet vê a quantidade de coisas, o que precisa é as pessoas serem informadas disso, de que elas precisam ouvir mais de uma vez uma música, para apreciar a beleza dela. A música não é como a beleza exterior de uma mulher, ela é como a beleza interior, você precisa viver muitos anos ao lado de uma mulher verdadeiramente bonita para aprender a amá-la e a música é assim, a verdadeira beleza da música está na essência e para isso, a televisão, o rádio, infelizmente, não estão preparados para fazer esse tipo de trabalho; o que é uma grande pena, porque eles deixam de cumprir a sua grande função e seguem apenas a busca pelo capital, é triste isso!

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As instituições de ensino superior no Brasil tem cumprido o seu papel no que diz respeito a cultura e a arte ?
Plinio Oliveira
Em alguns lugares a gente vê que existe uma movimentação: acadêmicos, professores, reitores, pró-reitores, pessoas com sensibilidade acabam realizando alguma coisa, mas no âmbito geral é uma dificuldade muito grande, eu recebo e-mails de Salvador, Campinas, São Paulo, Pelotas, de várias partes do Brasil onde entra o sinal do meu programa de televisão e o público é feito de pessoas que tem um apuro estético para apreciar a beleza da música brasileira, o importante é ter uma visão crítica muito clara das coisas. Todos eles se reportam a mim, dizendo que é difícil, que todos adorariam ter em Salvador, por exemplo, um projeto de programa de televisão como o nosso: o Tons do Brasil, um projeto de resgate, preservação, documentação da música brasileira, onde eu digo com todo o orgulho que não há "jabá". Nenhum artista paga para participar do meu programa, ao contrário, eles são remunerados para vir participar, nenhuma gravadora está associada ao nosso projeto, a gente faz realmente por compreender que precisa ser feito. Então as universidades não estão cumprindo o seu papel de fomentadoras disso, porque algumas tem enfoque absolutamente comercial, os cursos tem esse enfoque. Lembro quando fui fazer a faculdade de psicologia, cursei mas não conclui, fiz trêz anos para entender que não queria ser psicólogo, que queria só me enriquecer para ser artista, me lembro que na primeira aula a palestrante falou umas vinte vezes a expressão "mercado de trabalho". Aquilo me deixou decepcionado, porque a universidade ao invés de ser fomentadora do conhecimento e do preparo, elas são apenas hoje cursos superiores de profissionalização e dentro desses aspecto não há o estímulo a arte e a cultura, os alunos não são estimulados para isso, a gente vê que boa parte das atividades acadêmicas é de churrasco. Saiu uma pesquisa pelo Instituto Bonilha, em Curitiba-PR, em 1998, dizendo que as empresas classificam como atividade cultural churrasco e isso reflete a mentalidade vigente e vai refletir sobre a universidade. Eu sou uma pessoas que pensa que o indivíduo faz diferença, vou citar um exemplo, havia aqui em Curitiba uma pessoa chamada Lineu Portela, que era ligada a Universidade Católica, infelizmente já faleceu, quando estava vivo havia uma movimentação cultural intensa com a assinatura da Universidade, quando ele partiu, isso feneceu, mais ou menos como aconteceu com produtores televisão no Brasil como Augusto Cesar Vanucci. Então o que está faltanto hoje é que algum universitário idealista, um professor, algum reitor idealista, use a estrutura universitária para permitir que a arte chegue até eles, tem projetos que acontecem, mas diante do que poderia estar sendo feito é triste, porque na década de 70 o berço da música popular brasileira era a universidade, a maior parte dos shows de Elis Regina eram em universidades, idem Toquinho, Vinícius hoje em dia não tem, você não consegue juntar alunos e fazer com que a universidade se engage para isso. Eu faço uma critica severa em relação a isso, as universidades precisam assumir o seu papel de fomentadores, preservadores e produtores de cultura.

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Por que, em sua opinião, a boa música ainda não se popularizou no Brasil ?
Plinio Oliveira
Tem um dado interessante, falei da Elis agora pouco, o Roberto Menescau que foi quem produziu um dos mais importantes discos da música brasileira que é "Elis e Tom 74", ele me contou quando estive com ele no ano passado que os discos da Elis que vendiam mais, vendiam 10 a 15 mil cópias, era pouca gente recebendo aquela música; hoje em dia você tem um Djavan que vende 1 milhão de cópias. Então na verdade a gente tem a popularidade de alguns artistas, de alguns modelos de música que conseguem algo que eu respeito muito, que é ser criativo e ao mesmo tempo atender a demanda de mercado, que é o grande mistério do trabalho artístico; isso é ser criativo como Djavan, Caetano Veloso e conseguir vender 1 milhão de discos, então de uma certa forma existe essa popularização, porém o que não há, e ai existe uma série de questões a se levantar, o que acontece é que muitos talentos novos não são absorvidos pela sociedade porque ela não está aberta a absorvê-los, isso é uma questão educacional. As nossas crianças são seduzidas para ouvir o que está na moda, pelo consumo e deixam de ter uma visão crítica das coisas.

comunicação.

Lembro quando levei o meu filho, na época com 6 anos, para escolher um disco e ele queria comprar um que era de um grupo da moda, eu disse tranquilamente: "meu filho esse grupo é tão fraquinho", porque como educador e pai eu tinha o dever de dizer a realidade, disse eles cantam direitinho, o disco é bem gravado, mas eram fracos, porque eram uma cópia infiel e desleal de um grupo da década de 70, que era interessante naquela época; disse que era interessante, mas tinham outras opções. Depois falei de cada opção, do que tinha de bom numa e ruim na outra, e concluí você é quem decide, também falei da música erudita, de Bach que é uma música muito boa, mas que exige que se preste muita atenção. No final ele me surpreendeu quando pegou um CD com Canções de Natal do Ursinho Puff. Então existe uma falta de postura da sociedade em educar as crianças para que elas apreciem música e tenham senso crítico, para que elas escutem e a gente converse a respeito disso. Isso vai fazer com que nossos talentos não sejam absorvidos, porque as pessoas não querem ouvir. Será que é preciso uma pessoa colocar uma melancia na cabeça para se prestar atenção nela ? Eu penso absolutamente diferente disso. Então a boa música não está popularizada como deveria estar, porque este país e o mundo precisa remodelar a idéia de educação, descobrir quais são os reais valores e isso é um trabalho uno, eu estou fazendo a minha parte como artista, como educador, como pai. É um trabalho muito grande, mas espero que daqui a uns 300 a 500 anos, esses 6 bilhões de habitantes do planeta, que até lá serão uns 10 bilhões vão estar apreciando um pouquinho mais um Bethoven, um Cartola e parar de ir atrás desses modismos que representam mais o preenchimento de um vazio existencial. O assunto é bastante longo e profundo, mas em termos básicos eu digo que a boa música não está popularizada, porque a sociedade não valoriza a espiritualidade, o bem, a paz; o sujeito diz que quer a paz, mas com uma pedra na mão direita e uma faca na mão esquerda.

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A boa música está acima dos modismos da música popular do planeta Terra, ela permanece sempre viva e atual. A que se deve esse existir ?
Plinio Oliveira
Eu acho que a boa e verdadeira música vem de Deus e para mim a maior manifestação de Deus é a força da vida que habita cada um de nós. Quando essa força se manifesta artisticamente ela se torna perene e eterna como o próprio criador de tudo. A diferença é esta: a boa música vem do espírito que é onde habita o criador. Eu tenho uma saudação que faço no final de meus shows, que é o "namaste", uma saudação em sânscrito, que significa: "Deus dentro de mim, saúda Deus dentro de você". A música que tem essa pureza vai durar eternamente, a música que não tem, vai passar.

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Por que de maneira geral as rádios e redes de televisão do Brasil não inserem em suas programações a boa música ?
Plinio Oliveira
É como eu disse agora há pouco, a televisão precisa atender a resposta do público e aí também falta um pouquinho de ousadia. A Rede Globo consegue fazer 40 pontos no IBOPE eu com o programa Tons do Brasil faço 3, mas a gente está mostrando que é possível. Três pontos de audiência no Rio de Janeiro é bastante significativo, em Curitiba - PR 3,5 a 4 pontos que a gente faz, às vezes, é bastante para um programa altamente segmentado. O que falta mesmo é a televisão ter um pouco mais de ousadia, eu proponho sempre quando falo a respeito disso, um sonho, talvez uma utopia não sei até que ponto, que é o que já se chama Pacto Social da Comunicação. É utópico porque iria requerer que os donos da redes de televisão passassem a competir com a qualidade e não com a banalidade. Se esse tipo de decisão fosse tomada o país iria mudar, porque nosso país assiste muita televisão, ouve muito rádio, mas para isso é preciso reeducar a sociedade e isso demora, mas eu não vou desistir.

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Como artista você tem quantos anos de carreira profissional ?
Plinio Oliveira
Eu comecei a estudar piano aos 9 anos de idade, minha primeira apresentação que vou chamar de profissional foi aos 16 anos num Festival de Música; estou com 34 para 35 anos, portanto são quase 19 anos de trabalho. Meu primeiro CD eu lançei em 1995 e agora em 2002 estou lançando meu décimo disco. Tenho 146 programas de televisão que produzi desde 1997 até aqui. Shows eu já perdi a conta de em quantos lugares já me apresentei. Ainda é pouco, tem muito mais por fazer.

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Quantos CD´s, álbuns, você já consegui gravar ?
Plinio Oliveira
Meus, estou produzindo o décimo, como produtor de outros discos mais de 40 CDs, desde a Orquestra da Universidade de Londrina, Festival de Música Popular de Cascavel, das crianças cantando na janela do Palácio da Avenida, fui produtor em 1994 e 1996. Dos meus discos, o primeiro que produzi foi o "Vôos da Alma", música instrumental voltada para a World Music, a antiga New Age, o segundo disco se chama "A Namaste", no CD estão as minhas músicas espiritualistas, o terceiro disco foi "Iluminati", de novo música instrumental reportando ao Egito, depois "Mundo Criança", um disco de música infantil, depois a minha sinfonia, depois um disco sobre Francisco de Assis, depois "Um Livro Chamado Transcender", depois "O Caminho do Arco-Íris" e agora "12 Fantasias" que também é um disco de música instrumental e no segundo semestre de 2002 eu gravo o meu primeiro DVD que é "Plínio Oliveira In Concert", vai ser um DVD com distribuição mundial.

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Como surgiu o gosto pelo piano, em sua vida ?
Plinio Oliveira
Para se ter idéia da paixão que tenho pelo piano, quando eu tinha 10 anos de idade já tocava piano há um ano e já morava em Curitiba - PR, minha família viajou para o interior Rio Grande do Sul para visitar um parente. Nós ficamos 15 dias numa cidade que não tinha piano e eles não conheciam alguém que tivesse este instrumento, eu chorei os 15 dias de saudade do piano. O piano é uma extensão do meu corpo e a paixão começou lá aos 5 anos de idade quando vi o piano pela primeira vez. Mais tarde minha avó contou que eu brincava com o acordeão, mas eu o virava e tocava com as duas mãos sem nunca ter visto um piano, isso com 4 anos de idade e o meu irmão de criação ficava bombeando o acordeão para eu tocar com as duas mãos, eu não achava que aquilo tinha que ser tocado só com a mão direira. É curioso porque até hoje o meu irmão continua bombeando, porque ele é um dos meus auxiliares técnicos, então eu continuo tocando e ele lá mexendo a sanfona. Então o piano começou assim descobri a magia do som ali. O meu último dia de vida vai ser assim, eu vou fazer uma palestra, vou sentar ao piano e cantar as minhas canções, então vou para casa adormecer e partir da vida. A última coisa que eu quero fazer na vida é sentar ao piano e cantar.

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Você tem como projeto de vida profissional tocar em algum lugar muito especial ?
Plinio Oliveira
Tenho, é uma coisa tão simples e eu espero realizar ainda esse ano pelo que está se desenhando em relação a patrocínio. Eu quero fazer um concerto meu, num parque, preferencialmente o Parque Barigui, vou pedir para que todas as pessoas venham com roupa branca e todos sentados na grama; eu vou estar ao piano cercado por uma orquestra, vou cantar todas as músicas, as principais do repertório brasileiro que falem do amor, da paz, da saudade, da alegria, da felicidade. Estamos planejando fazer isso esse ano, se não for esse ano será algum dia e quando for, vai acontecer sempre, porque, depois que as pessoas viverem essa experiência, quem sentir um décimo do que sinto de emoção quando faço a minha música, quando toco o meu piano, vai querer sentir isso sempre. A minha ambição é levar a música para um número cada vez maior de pessoas e de graça, tem que ser um concerto gratuito, porque as pessoas tem que receber de graça o que eu tenho recebido de graça da vida, a minha inspiração.

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Curitiba - Paraná é considerada nacionalmente como capital dos lançamentos culturais e comerciais. Isso para você, como artista, é significativo ? Por quê ?
Plinio Oliveira
Tem, porque fora daqui existe essa percepção. Quando eu fui para o Rio de Janeiro conversar com o Francis Haimmer, ele disse: "Se você é de Curitiba, é porque o que você faz é bom!" Fora daqui existe essa percepção, que se alguém faz alguma coisa em Curitiba é porque é bem feita. Mas internamente isso não é verdade, essa é uma percepção externa. Internamente o público curitibano é mais preocupado com o conforto, com a disciplina do horário, do que preparado para apreciar a beleza do que tem no palco, ele é mais preocupado com o ar condicionado, em sentar num acento pelo qual ele pagou para sentar, do que em compreender a obra. Então a minha experiência tem mostrado que dos vários shows que já fiz que se você começa o show na hora, que se está bem iluminado, que se o som não está machucando os ouvidos, se a pessoa pagou o ingresso e foi bem recebida, se o ar condicionado estava agradável ele vai achar aquilo maravilhoso, pode ser a pior coisa no palco, ele vai levantar e aplaudir de pé. Porque o público curitibano, também infelizmente como no resto do país, não está preparado para realmente mergulhar na beleza do que está se apresentando ali. O contrário também é verdade, você põe um excelente músico, mas está meio calor, o ar condicionado está ruim, o acento está ruim, tem um negócio na frente, eles vão achar horrível. Então a percepção de que Curitiba é um lugar onde se lança coisas é mais fora daqui, não é verdade. Quando dizem que se o negócio faz sucesso em Curitiba é porque é muito bom, é porque o povo curitibano é tímido demais, para o curitibano sair de casa e assistir alguma coisa, ou é porque é um ator global, ou é porque o negócio é muito bom mesmo. Então nesse aspecto eu tenho sido beneficiado, embora tenha pouco público nos shows, o maior que eu tive foi um com Oswaldo Montenegro tinha 1.800 pessoas, normalmente tem 700 a 800 pessoas, que é um ótimo público para Curitiba, mas quando aconteceu é porque tinha um artista de grande mídia que é o Oswaldo. As pessoas não tem o hábito de sair de casa para ver o desconhecido, um povo que tem senso cultural teria esse hábito, esse hábito não é do curitibano, é do paulista e do carioca. Por isso eu digo o contrário, selo de qualidade é você ir fazer temporada no Rio e São Paulo, fazer temporada em Curitiba quer dizer apenas que você é bem organizado, que também tem o seu valor.

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A Internet tem contribuído em sua carreira ?
Plinio Oliveira
Significativamente de duas formas. Estou associado ao site MP3, que é um site muito interessante, que as pessoas fazem download de música e isso permitiu, por exemplo, que eu recebesse um convite de um cineasta americano para usar uma música minha em um filme, um filme classe C em orçamento mas, classe A em roteiro. Permitiu-me contato com um dos gênios da música do mundo hoje, que é o Gabriel Yared, ganhador de Oscars, eu ouvi musicas dele, ele ouviu músicas minhas, a gente se corresponde. Então a Internet está permitindo algo que eu jamais conseguiria se dependesse da indústria fonográfica. Tenho discos que são vendidos no Japão, na Islândia, na Dinamarca, no interior dos Estados Unidos, no Alabama tem gente que conhece Plínio Oliveira e eu não faço parte da indústria fonográfica, sou produtor independente, tudo graças a internet. Eu ainda não estou usando a ferramenta internet como deveria ser usada, mas pretendo, cada vez mais, utilizá-la melhor. O meu site está hospedado na Netpar em Curitiba, isso dificulta um pouco, porque tenho que ter o próprio domínio, já estamos resolvendo isso. Sou bastante grato a internet, principalmente porque ela provou uma tese que eu tinha desde criança, desde os meus 10 ou 12 anos de idade, eu dizia que no futuro o artista não teria só o direito, mas o dever de ser independente. Eu sou totalmente independente, quando vou na internet e autorizo o download de uma música minha, ela pertence a mim e a mais ninguém, se decidir que não quero ganhar mais nada com aquilo, está decidido. O que não acontece com artistas que tem suas obras vinculadas a editoras, porque se a editora falar não, não adianta ele querer autorizar, porque a editora vai ganhar, porque faz parte do comércio. Então a internet realmente democratiza o acesso a música e a arte. Quando cada casa desse planeta tiver um computador, a gente vai ter muito mais gente produzindo, a relação com a música vai mudar, não vai mais existir mitos como Michael Jackson, Madona, isso vai cair, não vai ter mais. Você vai ter mais respeito e mais proximidade com o teu vizinho que é compositor, você vai acessar internet e vai atravessar a rua para escutar música na casa dele, é como eu imagino.

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Deixe uma mensagem de progresso edificante para o Universitário brasileiro, que deseja fulgurar como um profissional de êxito ?
Plinio Oliveira
Eu sou apaixonado por biografias, já li dezenas de biografias e todas que eu li desde Temudjin, que é Gêngis Khan até o Ghandi, Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá, Einstein, desde um perverso como Hitler, todos eles mudaram o mundo, não quando foram estadistas, quando ganharam um prêmio Nobel, ou quando foram reconhecidos como libertadores, como Ghandi, eles mudaram o mundo quando tinham 16 anos de idade e deciram acreditar na sua verdade, acreditar que era possível viver um tempo melhor. Então o que eu tenho a dizer para os jovens é que eu mesmo decidi dar a minha contribuição para alteração do mundo aos 16 - 17 - 18 anos que é a idade que as pessoas estão entrando na faculdade. Por isso eu diria ao universitário, não desista de sonhar, o sonho alimenta a vida, não deixe essa chama, essa fé que você tem de mudar as coisas, é isso que faz um grande profissional, foi isso que fez Thomas Edson, Benjamim Franklin, foi isso que fez Tom Jobim, é isso que faz diferença, é você continuar sonhando, pessoas que tem 40 anos de idade e que tem a ousadia de um jovem de 18. O que eu tenho para dizer ao universitário é que ele continue ousado, se o jovem deixar de aceitar essa canga que colocam em cima da gente, essa carga de que somos números, você não é um consumidor, você é uma pessoa, você não é um número, você tem um nome, é isso que eu tenho a dizer para os universitários.

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Atualmente você vem desenvolvendo um projeto extremamente importante para a cultura brasileira, nós gostaríamos que você falasse sobre ele ?
Plinio Oliveira
O projeto é o "Tons do Brasil", eu o comecei em 1997, no dia 12 de julho foi ao ar pela primeira vez, tenho um recorte de jornal que guardo com muita gratidão, onde o Estado do Paraná publicou uma matéria dizendo assim: "Maestro Curitibano Coloca 9 Minutos de Boa Música Brasileira no Ar para Competir com a Banalização da Cultura Nacional". Porque o programa começou com 9 minutos e hoje ele tem 1 hora de duração e não passa só em Curitiba, passa em várias cidades do Brasil. A idéia é simples trazer para a televisão, shows de música brasileira, resgatando, documentando e às vezes, até em alguns momentos, contextualizando e dando significado para músicas que são tão fortes, que tem aquilo que falo, a coisa da verdade e da beleza, que as pessoas conhecem mas não lembram, ou não conhecem e deveriam conhecer. O programa atualmente traz mensalmente para o Teatro Guaíra aqui em Curitiba-PR, que é um dos maiores da América Latina, um artista significativo para a música brasileira; já vieram: Beto Guedes, Francis Haime, Jane Dubock, Miucha, Zé da Velha e Severo Pontes, Os Cariocas, Marcos Vale, Leni Andrade, Guinga, Fátima Guedes, Vagner Tizo, a lista é enorme, já gravei com Ivan Lins, muita gente boa já passou pelo programa e muita gente vai continuar passando. É legal porque a gente faz ingressos a preços populares, eu digo isso ao público com o maior orgulho, que o meu lucro como produtor seria a bilheteria, tenho um patrocinador que é a Sul América Seguros, que paga as despesas de produção e o acordo é assim, eles pagam as despesas de produção e eu fico com a bilheteria. E para garantir que as pessoas possam ir, faço um bilhete muito barato e ainda dou metade para uma instituição beneficente. Este mês o concerto show é com Cesar Camargo Mariano, marido da Elis Regina e parte da renda vai para o Hospital Erasto Gaertner, digo parte porque 35% vai para custos do Teatro, ECAD, ISS, então dos 65% restantes metade vai para o Hospital Erasto Gaertner. Isso dá uma dimensão muito especial para o projeto, porque as pessoas vêem que por traz de uma idéia assim não pode estar a ambição, o capital, por trás disso está o ideal e esse ideal tem mantido as coisas. É um projeto muito importante, vai ser lançado em DVD e vai ter distribuição mundial do "Tons do Brasil" que é a primeira documentação em vídeo de música brasileira que vai ser comercializada, tem projetos muito bons da TV Cultura, mas no perfil do nosso no Brasil é o único. Eu digo com todo o orgulho, você que ligar a televisão no "Tons do Brasil", você nunca vai ouvir banalidade, jamais, você pode até não gostar da música que está tocando alí, mas você nunca vai poder dizer que é banal, trivial, ou feita para ganhar dinheiro. É um projeto da minha vida, talvez eu morra fazendo o "Tons do Brasil", talvez faça até um ponto e depois entregue para o mundo e toque minha carreira adiante.



Curitiba - PR, 06 de Agosto de 2002